"No mínimo, a Rússia está agindo mais como uma liderança aqui e, portanto, isso pode fortalecer sua posição", disse Rasmussen, também ex-vice-presidente da Fundação Eurásia.
A Rússia foi o foco central da declaração da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) emitida na quarta-feira (10).
A declaração afirmou que a Rússia continua sendo a ameaça mais significativa e direta à segurança dos aliados e expressou preocupação com o aprofundamento da parceria estratégica entre a Rússia e a China, que visa minar e remodelar a ordem internacional.
No entanto, apesar do tom hostil em relação à Rússia e à China, Rasmussen disse duvidar que a cúpula da OTAN tenha alcançado quaisquer resultados concretos.
"Acho que, em geral, a cúpula realizará muito pouco. Ela atuará como uma animadora de torcida e discurso motivacional. Muito pouco parece ter sido realizado até agora, com poucas exceções", avaliou.
O próprio documento de declaração evidenciou um clima provocativo em relação à Rússia e à China, observou o ex-militar.
"Ele aborda a expansão na Europa, bem como uma coordenação mais forte na Ásia e no Oriente Médio, além de contribuições de financiamento e modernização do sistema de armas", acrescentou.
Os líderes da OTAN também demonstraram um objetivo claramente declarado de aumentar o número de exercícios militares conjuntos e estabelecer uma presença de segurança ao longo de suas fronteiras orientais com a Rússia, observou Rasmussen.
As crescentes tensões expressas na cúpula provavelmente perdurarão, disse o ex-militar, acrescentando que a China e a Rússia devem reagir com paciência, mas determinação, contra a crescente hostilidade que enfrentam do Ocidente.