Panorama internacional

'China e Rússia apoiaram Irã em tempos difíceis, e Teerã valoriza amizade', diz presidente iraniano

"A China e a Rússia sempre apoiaram o Irã em tempos difíceis, e Teerã valoriza muito esta amizade", disse o presidente eleito iraniano, Masoud Pezeshkian, em artigo intitulado "Minha mensagem ao mundo", publicado no jornal Tehran Times nesta sexta-feira (12).
Sputnik
O presidente eleito também chamou a Rússia de "aliado estratégico valorizado" do Irã, acrescentando que sua administração permanecerá comprometida em expandir a cooperação entre Teerã e Moscou.

"Continuarei a priorizar a cooperação bilateral e multilateral com a Rússia, especialmente dentro de frameworks como o BRICS, a Organização para Cooperação de Xangai [OCX] e a União Econômica Eurasiática [UEE]", frisou Pezeshkian.

Ele também afirmou que seu país se esforçará para trazer negociações de paz entre Rússia e Ucrânia.

"Nos esforçamos pela paz para o povo da Rússia e da Ucrânia, e meu governo estará preparado para apoiar ativamente iniciativas destinadas a alcançar esse objetivo", disse Pezeshkian.

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Conflito em Gaza

O presidente eleito do Irã também anunciou que vai usar sua influência política para acabar com o conflito na Faixa de Gaza e pedir aos países árabes que cooperem e usem toda a influência que têm para alcançar um cessar-fogo permanente no enclave.
Em 7 de julho, Pezeshkian venceu o segundo turno das eleições presidenciais antecipadas no Irã, com cerca de 16,4 milhões de votos. Seu concorrente, o representante da ala conservadora Saeed Jalili, recebeu cerca de 13,5 milhões de votos.

"Como primeira medida, meu governo pedirá aos países árabes vizinhos que colaborem e utilizem todas as alavancas políticas e diplomáticas para priorizar a obtenção de um cessar-fogo permanente em Gaza, com o objetivo de interromper o massacre e impedir a ampliação do conflito."

O recém-eleito presidente iraniano também classificou as acusações contra a república islâmica de antissemitismo, devido ao apoio de Teerã à Palestina, como insultuosas e absurdas.

"Hoje muitos jovens nos países ocidentais parecem ter percebido a validade da nossa posição de longa data contra o regime israelense. […] as acusações de antissemitismo contra o Irã são não só deliberadamente falsas, mas também insultam nossa cultura, crenças e valores fundamentais", concluiu ele.

Eleito sob a promessa de liberalização na área de costumes, aproximação da juventude e renovadas negociações com o Ocidente, Pezeshkian terá que lidar com obstáculos estruturais para executar as reformas que defende.
Pezeshkian é médico e já concorreu ao cargo três vezes. Apesar de ser considerado um progressista, tem trânsito na elite política e religiosa e teve a candidatura presidencial aprovada pelo Conselho de Notáveis.

Armas nucleares

Os Estados Unidos devem ajustar sua política em relação à república islâmica, acrescentou Pezeshkian.

"Gostaria de enfatizar que a doutrina de defesa do Irã não inclui armas nucleares e exortar os Estados Unidos a aprenderem com erros de cálculo do passado e ajustarem sua política de acordo. Os tomadores de decisão em Washington precisam reconhecer que uma política que consiste em colocar países regionais uns contra os outros não teve sucesso e não terá sucesso no futuro. Eles precisam chegar a um acordo com essa realidade e evitar exacerbar as tensões atuais."

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