Segundo ele, Netanyahu pediu a "decapitação" do Irã no discurso, ao afirmar que os inimigos de Tel Aviv são também os inimigos de Washington.
"Além de sua guerra contra o Hamas em Gaza, o verdadeiro objetivo do primeiro-ministro […] sempre foi aniquilar o Irã, o que ele destacou em seu polêmico e maniqueísta discurso diante do Congresso dos EUA, onde atacou o Irã como a principal fonte da violência no Oriente Médio", comentou o analista.
Ele defendeu que os sete fronts de atuação contra o Irã, segundo o ministro da Defesa, Yoav Gallant, se condensam em um só: liquidar Teerã. O comandante da Força Aérea israelense, Tomer Bar, afirmou que seu recente ataque contra os houthis, do Iêmen, tinha como alvo também "o Oriente Médio, assim como o Hezbollah e o Irã".
O ataque do grupo palestino Hamas a Israel no dia 7 de outubro descarrilou ainda o projeto de um corredor geoeconômico que pretendia conectar a Índia ao golfo Pérsico (Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos) e Jordânia a Israel, de acordo com Jalife-Rahme.
Ele destacou que os anúncios ocorrem em meio a negociações entre Rússia e Irã para um Tratado de Cooperação Integral (TCI).
O conteúdo do TCI não é público, "mas certamente exasperará sobremaneira a anglosfera e a OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte]", disse ele.
A agência iraniana IRNA reportou que o recém-eleito presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, afirmou que seu país estava disposto a assinar o histórico TCI na próxima cúpula do BRICS, em Kazan, que ocorrerá de 22 a 24 de outubro.
"Aparentemente Netanyahu tem três meses para aniquilar o Irã, já que após a assinatura histórica do estratégico TCI entre Rússia e Irã será muito difícil que sua 'Aliança de Abraão', como apêndice da OTAN, se atreva a fazê-lo", comentou o especialista.
Além disso, o corredor geoeconômico entre Rússia e Irã não segue sozinho, ressaltou ele, pois se conecta com os três corredores geoeconômicos projetados entre Rússia e Índia.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani, respondeu que "as crianças palestinas são massacradas diariamente pelo carrasco de Tel Aviv, e, diante de todos esses crimes, o governo dos EUA e seu Congresso recebem esse algoz com aplausos".