É "muito difícil responder" se o recente ataque com mísseis à cidade de Majdal Shams, nas Colinas de Golã, pode levar a um conflito em grande escala entre o Líbano e Israel, disse um pesquisador do Centro de Estudos Estratégicos Begin-Sadat, da Universidade de Bar-Ilan, de Israel.
Sobre uma possível escalada de retaliação de Israel, o doutor Shaul Bartal disse que "a margem da reação israelense é ampla, desde alvos militares até alvos significativos de infraestrutura, como aeroportos e portos marítimos", acrescentando que "usinas de energia e eletricidade" também poderiam ser alvos.
Ele também mencionou que Israel preferiria "entrar em guerra no Líbano somente após subjugar o Hamas na Faixa de Gaza ou chegar a um acordo e a uma solução diplomática", mas não informou quando essas duas condições poderiam ser atendidas.
Já Joseph Helou, professor assistente de ciência política e assuntos internacionais no Departamento de Ciências Sociais e Educacionais da Universidade Americana Libanesa, vê tanto Israel como o Hezbollah tentando "confinar" o conflito em andamento entre eles "às 'regras de engajamento' implícitas, restringindo o combate ao sul do Líbano e ao norte de Israel, com violações ocasionais dessas regras".
"O primeiro-ministro israelense [Benjamin Netanyahu] está em uma condição política frágil na política israelense, o que pode incentivá-lo a lançar um ataque em grande escala contra o Hezbollah para reforçar sua legitimidade na política israelense", observou Helou, explicando que essa escalada pode dar algumas chances a Netanyahu.
Tel Aviv acusou o Hezbollah de ser o autor do ataque com foguete contra Majdal Shams, mas o movimento libanês negou veementemente o suposto envolvimento, enquanto o governo do Líbano pediu uma investigação internacional dessa tragédia, que tirou a vida de 12 pessoas.