A decisão foi tomada depois que uma explosão em um campo de futebol nas Colinas de Golã, ocupadas por Israel, matou 12 menores árabes drusos, informou a mídia israelense, citando autoridades. No último domingo (28), o primeiro-ministro voltou dos Estados Unidos antes do previsto devido à tragédia.
Israel culpa o Hezbollah pelo ataque, mas o grupo libanês nega as acusações e aponta que foi um míssil de defesa aérea israelense que caiu no campo.
As Colinas de Golã fazem parte da Síria, mas estão ocupadas ilegalmente desde 1967 e foram anexadas unilateralmente por Israel em 1981, medida condenada pelo Conselho de Segurança da ONU (CSNU).
A decisão inicial de evacuação se deve ao fato de o grupo de direitos humanos Médicos pelos Direitos Humanos de Israel ter solicitado ao Supremo Tribunal do país que ordenasse ao governo a transferência dos menores afetados.
A entidade denunciou a retirada de Netanyahu, qualificando-a de "jogo cruel do governo israelense com a vida das crianças", e acrescentou que a tragédia das Colinas de Golã "não deve ser explorada para fins políticos cínicos; pôr em perigo a vida das crianças doentes de Gaza não trará de volta os filhos do norte". Uma audiência judicial sobre a petição do grupo está marcada para 4 de agosto.
No final de julho, Netanyahu cancelou um plano ordenado pelo ministro da Defesa israelense para construir um hospital de campanha para menores em Gaza.
De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, quase 15 mil crianças morreram em Gaza desde 7 de outubro.
"Gaza se tornou um cemitério de crianças, com milhares de desaparecidos e o seu destino desconhecido. Deve haver uma investigação independente e os responsáveis devem ser responsabilizados", disse Jeremy Stoner, diretor regional da ONG Save the Children (Salve as crianças) para o Oriente Médio.