O último número de inflação da zona do euro, divulgado nesta quarta-feira (31), foi maior do que o aumento de 2,5% de junho e acima das previsões.
De acordo com o Financial Times (FT), aumentos nos preços de energia e um aumento nos custos de bens impulsionaram o índice inflacionário para o mais alto nos 20 países que compartilham o euro.
Embora os mercados ainda acreditem que o BCE deva realizar um corte de juros em setembro, o que sinaliza uma possível redução de custos na tomada de crédito, as probabilidades caíram de 80% para 65%.
O BCE começou a cortar as taxas em junho, à frente da maioria dos outros grandes bancos centrais, à medida que se tornou mais confiante de que a inflação cairia para sua meta de 2% no ano em 2025, mas manteve as taxas de juros inalteradas neste mês.
Os definidores de taxas disseram que a inflação será "irregular" durante grande parte de 2024. Ainda segundo a apuração, alguns formuladores de políticas se preocupam que os preços dos serviços possam continuar subindo muito rapidamente, pressionando a inflação para cima, apesar dos dados apresentados pelo Eurostat de que o crescimento dos preços dos serviços desacelerou em 0,1%, ficando em 4% em julho.
Um dos preços que sofreu o impacto da inflação foi a energia, acelerando de 0,2% em junho para 1,3% em julho. Já o crescimento dos preços de alimentos, álcool e tabaco desacelerou para 2,3%, enquanto outros custos de bens aumentaram ligeiramente para 0,8%.
Os economistas esperavam que a inflação subjacente diminuísse ligeiramente. Mas analistas de mercado ouvidos pelo FT disseram que o incremento no valor se deu em função dos custos mais altos de transporte de contêineres, o que elevou a inflação de bens.
Na semana passada, Isabel Schnabel, membro do conselho executivo do BCE, afirmou que "a inflação persistente dos serviços mostra que a 'última milha' da luta contra a inflação é particularmente difícil", mesmo acreditando que ela possa eventualmente convergir para a meta em 2025.