A nave espacial Starliner, da Boeing, permanece presa na Estação Espacial Internacional (EEI) desde 6 de junho, quando levou dois astronautas que ainda não conseguiram retornar à Terra. O plano inicial era que ambos voltariam uma semana após a chegada.
De acordo com o relatório trimestral da própria empresa divulgado na Bolsa de Valores de Nova York, a Boeing perdeu US$ 125 milhões (R$ 716 milhões) com seu programa Starliner devido aos atrasos no retorno da cápsula espacial. No entanto, as perdas para a Boeing são muito maiores, estimadas em US$ 1,6 bilhão (R$ 9,1 bilhões), por conta da recém-inaugurada missão de teste de voos tripulados no espaço.
As perdas da empresa norte-americana podem continuar crescendo enquanto a nave espacial permanecer presa na EEI.
A Starliner acoplou-se à EEI há quase dois meses para uma estadia de uma semana, mas ainda não há data confirmada para o retorno da tripulação, composta pelos astronautas Barry Wilmore e Sunita Williams. Em meio à crise, a Boeing já registrou uma perda líquida de US$ 1,4 bilhão (R$ 8 bilhões) no segundo trimestre deste ano, maior do que o esperado pelos analistas, de acordo com o relatório da empresa.
Em 31 de julho, a Boeing informou que a equipe da Starliner segue as listas de verificação para preparar o retorno da nave à Terra. Segundo a empresa, o grupo passou o dia 30 de julho praticando para o desacoplamento durante uma simulação integrada com a Estação Espacial Internacional e trabalha com a NASA para um possível retorno em agosto.
"Os times da Starliner e da NASA trabalharam juntos no laboratório da Boeing para desenvolver, testar e entregar parâmetros de dados atualizados para possíveis retornos ao longo de agosto", destacou a empresa em um comunicado.
A nave Starliner realiza a primeira missão tripulada e já enfrenta problemas com cinco de seus 28 propulsores, além de pelo menos cinco vazamentos de hélio. O lançamento foi adiado várias vezes devido a falhas técnicas, mas partiu de Cabo Canaveral com o vazamento de hélio.