Antauro Humala, candidato à presidência do Peru, líder do partido Aliança Nacional de Trabalhadores, Agricultores, Estudantes Universitários, Reservistas e Trabalhadores (ANTAURO, na sigla em espanhol), defendeu os benefícios para o país da transição da ordem mundial para a multipolaridade, apoiando a integração do país em suas estruturas.
"O mundo é multipolar, estamos vendo o surgimento de grandes potências, grandes capitães políticos no mundo. Do ponto de vista da América Latina isso é bom, porque para nós significa benefícios para nos emanciparmos de qualquer mandato norte-americano ou ocidental, porque agora podemos estabelecer novas alternativas, como as que estão surgindo na China ou o que estamos vendo na Rússia e também com o BRICS", disse Humala.
Ele também apoiou a resistência da Rússia ao expansionismo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). "Obviamente isso causa muita simpatia no Hemisfério Sul", disse ele.
'Colisão entre globalismo e nacionalismo'
Humala criticou a postura adotada por Dina Boluarte, presidente do Peru, que ignorou os resultados oficiais da eleição presidencial da Venezuela, favoráveis ao atual presidente, Nicolás Maduro. Boluarte reconheceu o candidato da oposição Edmundo González como presidente eleito.
"Consideramos que a vitória de Maduro é totalmente legítima e saudamos essa vitória", disse ele.
"A direita latino-americana sempre denuncia fraude quando perde eleições", acrescentou, caracterizando a da Venezuela como "totalmente inexistente".
Humala também denunciou a interferência estrangeira no sistema democrático peruano.
"O embaixador dos EUA aqui, há alguns dias, entrou no Escritório Nacional de Processos Eleitorais para verificar o sistema democrático por dentro, em uma interferência já colonialista. E também estamos vendo isso na Venezuela."
Para Humala, as próximas eleições presidenciais constituirão "uma colisão perfeita no Peru entre globalismo e nacionalismo", sendo a segunda opção representada pela ANTAURO.
As próximas eleições gerais peruanas serão realizadas em 12 de abril de 2026. Elas determinarão o presidente, os vice-presidentes, os congressistas e os parlamentares do país para o período até 2031.