O monumento, também conhecido como Monumento dos Pracinhas, foi criado para homenagear os brasileiros mortos em decorrência da Segunda Guerra Mundial, tanto os militares da Força Expedicionária Brasileira (FEB) quanto os civis que faleceram durante os ataques de submarinos alemães U-boot a navios mercantes brasileiros no Atlântico Sul.
À Sputnik Brasil, o general de brigada Luciano Antonio Sibinel, diretor do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército, afirmou que desde o início o Brasil não permaneceu isolado da guerra, atuando como um grande "fornecedor de alimentos e materiais".
"Então a guerra sai da Europa e vem para o oceano Atlântico, quando os submarinos alemães e os submarinos italianos passam a torpedear os navios mercantes brasileiros", lembrou.
"Isso faz com que a população brasileira vá às ruas e peça o nosso engajamento decisivo na luta."
Sibinel destaca que a expedição das tropas foi um "desafio logístico" para as Forças Armadas da época, que não haviam lutado em um palco tão grande e distante antes. A atuação brasileira na Primeira Guerra Mundial, sublinhou, se limitou ao envio de uma missão médica.
"O Brasil se encontrava bem menos desenvolvido do que é hoje. As nossas forças compunham um Exército de aproximadamente 65 mil militares e nós tivemos que mobilizar mais de 25 mil militares entre homens e mulheres para ir para a Itália."
Ao todo, cinco levas de embarque foram feitas com aproximadamente 5 mil soldados em cada.
"Então foi realmente um desafio logístico no interior do país para que se mobilizasse tamanha força militar, e depois levar esses militares ao teatro de operações europeu em solo italiano."
Quando chega à Itália, pelo porto de Nápoles, a FEB começa o treinamento para agir em conjunto com os aliados e entrar em combate, conquistando a comuna de Camaiore. "Nosso batismo de fogo", avalia Sibinel.
"Antes nós tivemos Massarosa, onde foi realmente o primeiro tiro executado pela artilharia", afirmou o general. Depois da vitória de Camaiore, a FEB conquista as grandes vitórias de Monte Castelo e Montese.
"Essas três são as mais marcantes, mas a rendição da 148ª [divisão germânica] é o nosso trunfo, quando mais de 15 mil soldados alemães e italianos são rendidos pelas tropas brasileiras."
No Monumento dos Pracinhas estão depositados os restos dos militares da FEB mortos no conflito. Algumas urnas, no entanto, não foram identificadas, enquanto outros corpos jamais foram encontrados. "Então o monumento aos mortos da Segunda Guerra é mais do que um patrimônio material", disse Sibinel.
"É também o patrimônio imaterial que faz com que nós sintamos esse pertencimento ao Exército, à Marinha, à Força Aérea. Faz com que nós pertençamos ao Brasil."