De acordo com dados da mídia britânica, a Coherent já parou de aceitar pedidos em sua fábrica no condado de Durham. A fábrica é uma das duas no Reino Unido que produz semicondutores de arsenieto de gálio em escala industrial.
Um de seus maiores clientes é a gigante italiana de defesa Leonardo, que fabrica sistemas de radar, equipamentos de guerra eletrônica e helicópteros no Reino Unido. E também forneceu semicondutores para caças Typhoon.
Apesar da estratégia de promoção do setor através de uma dotação orçamentária de £ 1 bilhão (cerca de R$ 7,1 bilhões), o encerramento dessa fábrica seria um duro golpe não só para a produção nacional de microchips, mas também para futuros projetos de defesa.
A Leonardo já está trabalhando no "desenvolvimento de uma cadeia de abastecimento resiliente", ou à procura de fornecedores alternativos. No entanto, os projetos de defesa nacional do Reino Unido não conseguem substitutos, aumentando o receio entre os militares.
Apple, a 'destruidora'
A decisão da Apple de parar de usar a empresa como fornecedora põe em causa a viabilidade da empresa e representa um problema para os investidores que poderiam comprar a fábrica e salvá-la do encerramento. Ainda segundo a mídia britânica, as primeiras informações sobre uma suposta venda da fábrica surgiram em maio deste ano.
Não é a primeira vez que uma empresa sofre grandes prejuízos após perder contrato com a Apple. A empresa britânica de semicondutores Imagination Technologies perdeu metade de seu valor de mercado e acabou sendo vendida depois que a Apple se recusou a usar os chips gráficos da empresa em 2017.