A tentativa de assassinato ocorreu em frente ao apartamento da ex-presidente em Buenos Aires. Na época, a polícia descobriu que o brasileiro Fernando Sabag Montiel, sua namorada, Brenda Uliarte, e Gabriel Carrizo estavam envolvidos no crime. Além disso, eles são os três réus citados também no processo judicial, com Sabag e Uliarte como coautores.
"Faltam os autores intelectuais, os financiadores, e acredito que o Poder Judiciário protegeu e continua a proteger aqueles envolvidos nesse atentado. Temos aqui os autores materiais, mas não os ideólogos nem os financiadores", declarou durante julgamento presidido pelos juízes Sabrina Namer, Adrián Grünberg e Ignacio Fornari.
A ex-presidente também sugeriu: "Isso, mais do que um pedido meu, deveria ser uma dívida que eles têm que saldar, não comigo, mas com a democracia e com toda a gente que, de alguma forma, acredita que a política continua a ser um instrumento para mudar a realidade, e não para matar e estigmatizar."
A primeira audiência do caso ocorreu no fim de junho, quando o brasileiro confirmou que queria assassinar Cristina Kirchner.
Discurso de ódio na Argentina
Em pronunciamento após o ataque contra Kirchner em setembro, o então presidente da Argentina, Alberto Fernández, disse que o discurso de ódio no país quebrou a convivência pacífica.
Segundo ele, esse clima hostil "se difundiu a partir de diferentes espaços políticos, judiciais e midiáticos da sociedade argentina". Na época, o ex-mandatário decretou feriado nacional e estimulou manifestações contra a violência política.