No último mês, Vladimir Zelensky declarou que recebeu permissão das autoridades trabalhistas britânicas para usar os mísseis Storm Shadow contra alvos na Rússia, o que foi desmentido por fontes do Ministério da Defesa britânico em reportagem do jornal The Telegraph. Conforme a publicação, a autorização depende também de mais dois países, além do Reino Unido.
"Nos bastidores, ministros estão tentando convencer os aliados a permitir que a Ucrânia use mísseis de cruzeiro Storm Shadow dentro da Rússia. Os países não queriam permitir que a Ucrânia use armas de longo alcance que teoricamente poderiam atingir cidades e vilarejos russos, devido ao risco de escalada", escreve o jornal.
Já o embaixador da Rússia em Londres, Andrei Kelin, disse à Sputnik que Moscou considera a posição inicial do Reino Unido sobre o uso dos mísseis, divulgada ainda em maio de 2023. O artefato só pode ter como alvo posições dentro do território "internacionalmente reconhecido" da Ucrânia.
O chefe da missão diplomática russa destacou, ainda, que as declarações dos oficiais britânicos sobre o Storm Shadow têm caráter bastante vago, o que permite que a mídia as interprete de maneiras diferentes, explicou o diplomata.
A Rússia considera que o fornecimento de armas à Ucrânia prejudica a resolução do conflito, além de envolver diretamente os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e representa uma "jogo perigoso".
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, destacou que quaisquer cargas contendo armamentos para a Ucrânia serão alvos legítimos para a Rússia. Segundo o chanceler, Estados Unidos e OTAN estão diretamente envolvidos no conflito, não apenas com o fornecimento de armas, mas também com a formação de pessoal no Reino Unido, na Alemanha, na Itália e em outros países.
O Kremlin afirmou que o aumento do fornecimento de armas à Ucrânia pelo Ocidente não contribui para as negociações e terá efeito negativo.