Uma guerra em grande escala entre Israel e Irã é inevitável, os EUA devem agir contra o Irã o mais rápido possível, atingindo sua infraestrutura nuclear, sugeriu a representante especial do Ministério das Relações Exteriores de Israel.
"É inevitável [...]. Tudo o que os Estados Unidos precisam fazer é atingir a infraestrutura nuclear [do Irã] com equipamentos que só os Estados Unidos possuem. Não podemos fazer isso sozinhos", disse Fleur Hassan-Nahoum à revista norte-americana Newsweek, em referência à possibilidade iminente de uma guerra entre Israel e o Irã, sugerindo que isso poderia ser feito "em meio-dia".
De acordo com a revista, um diplomata israelense acredita que a retórica do Irã criou "uma atmosfera muito pesada em Israel" e que a ansiedade chegou a um ponto em que o Irã e seus aliados estão "vencendo a guerra psicológica".
Basem Naim, chefe de relações exteriores do movimento palestino Hamas na Faixa de Gaza, acredita que Israel quer arrastar os EUA para o conflito com o Irã para lutarem juntos.
"Ele [Netanyahu] está tentando usar essa oportunidade para atingir uma meta ambiciosa, que ele vem buscando há vinte anos, arrastando os EUA para a luta ao seu lado na agressão contra o Irã [...]. Essa é uma oportunidade para ele agravar a situação [...] não apenas na Faixa de Gaza, mas em toda a região [...] para que os EUA lutem ao seu lado nessa batalha que ele sabe que não pode travar sozinho", opinou Naim à Newsweek.
Naim disse que Netanyahu também pretende continuar a escalar a situação na região, inclusive na Faixa de Gaza, até as próximas eleições nos EUA em novembro. Ele observou que Israel pode contar com a chegada de um novo presidente à Casa Branca, que lhe dará mais apoio em sua "agressão contra o nosso povo palestino".
Enquanto isso, Yisrael Katz, ministro das Relações Exteriores de Israel, "deixou claro para os ministros das Relações Exteriores da França [Stéphane Séjourné] e do Reino Unido [David Lammy] que Israel espera que a França e o Reino Unido expliquem publicamente ao Irã a proibição de atacar Israel e que, no caso de um ataque iraniano, a coalizão liderada pelos EUA, que também inclui a França e o Reino Unido, se juntará a Israel não apenas na defesa, mas também na retaliação contra alvos importantes no Irã".
Katz deixou claro que Israel daria uma forte resposta a qualquer ataque dirigido contra ele, e sublinhou que Tel Aviv tem interesse em um acordo para libertar os reféns da Faixa de Gaza, e está fazendo todo o possível para facilitar isso.