Panorama internacional

Maduro rejeita propostas de Lula e Petro: 'Não praticamos jamais a diplomacia do microfone'

Na quinta-feira (15), tanto o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva quanto seu homólogo colombiano, Gustavo Petro, se posicionaram sobre as eleições na Venezuela. Nicolás Maduro, em resposta, disse que em Caracas "não se pratica a diplomacia do microfone".
Sputnik
Ontem (15), Lula comentou que Maduro "sabe que está devendo uma explicação para o mundo". Mais tarde, Petro publicou no X (antigo Twitter) o que acredita ser o caminho para a Venezuela, incluindo o fim das sanções, a anistia a todos os atores políticos, um governo de transição e eleições.
Em resposta, Maduro disse, sobre o Brasil, que o governo Bolsonaro "aliado à extrema direita fascista da Venezuela, também gritou fraude e não aceitou a derrota" nas eleições de 2022.

"Foi o tribunal do Brasil que decidiu. E ninguém saiu do governo da Venezuela ou do mundo a pedir nada. Decidiu o tribunal? Santa palavra do tribunal do Brasil", disse. "É um assunto do Brasil", insistiu o presidente, citado pela coluna de Jamil Chade no UOL.

Maduro ainda lembrou os ataques de 8 de janeiro 2023. "Da parte da Venezuela, condenamos a violência do fascismo", disse.
"Não praticamos jamais a diplomacia do microfone", declarou.
Maduro vem tentando uma ligação telefônica com Lula desde a eleição, mas, segundo o colunista, o Palácio do Planalto tem evitado. O venezuelano, portanto, deixou claro sua insatisfação em ver as declarações do brasileiro sobre seu país por meio da imprensa.
Quanto à proposta de Petro, Maduro também não deu qualquer espaço para uma consideração. Segundo ele, os dois líderes conversam com frequência sobre muitos temas.
"As relações vão bem com Petro. Mas eu jamais praticaria a diplomacia do microfone", insistiu. "Eu sou o fiador do processo de paz [na Colômbia] e jamais vou dar opiniões sobre como eles devem superar a guerra, que está cada vez pior", afirmou.
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O venezuelano garantiu que continuará a ajudar a Colômbia em seu plano de paz: "Mas sem intervir nos assuntos internos".

"Nunca vou dizer que a Colômbia deve fazer isso ou aquilo, e ainda apresentar nas minhas redes sociais um conselho. Cada presidente, cada Estado sabe o que deve fazer com seus assuntos internos", disse Maduro.

O presidente também comentou o fato do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ter respondido de forma positiva quando jornalistas perguntaram se ele era favorável a uma nova eleição na Venezuela.
No entanto, horas depois, a Casa Branca desmentiu o presidente, indicando que ele havia entendido outra coisa na pergunta.
"Biden forma parte da diplomacia intervencionista. Hoje, deixou o mundo atônito ao desmentirem o presidente. Biden declarou, de forma intervencionista, sobre os assuntos internos da Venezuela. Só compete aos venezuelanos isso. E depois ele é desmentido. Afinal, quem manda nos EUA? Quem conduz a política externa? [...] rechaço que o governo americano seja a autoridade eleitoral da Venezuela ou de qualquer lugar do mundo [...]", afirmou Maduro, conforme noticiado.
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