Panorama internacional

EUA buscam desviar atenção de seu aparato de vigilância mundial com enfoque na China?

O Congresso do país norte-americano está em meio a um debate para renovar a controversa Seção 702, que permite aos EUA capturar dados de usuários estrangeiros, o que também leva ao registro de dados de cidadãos nacionais.
Sputnik
Os Estados Unidos continuam acusando o chamado "ator cibernético patrocinado pelo Estado chinês" ou "Volt Typhoon" de permanecer ativo enquanto o próprio Washington tem um aparato de vigilância global significativo, escreveu na quinta-feira (15) uma especialista em tecnologias de informação.
Kari McKern, funcionária pública aposentada, bibliotecária e especialista em TI que mora em Sydney, Austrália, argumentou que os EUA não conseguiram fornecer evidências confiáveis para sustentar suas afirmações sobre o suposto programa e a China. Segundo ela, trata-se principalmente de uma obra de ficção criada pelas agências de inteligência americanas para ganhar o apoio do público e pressionar os decisores políticos a expandir os poderes invasivos de vigilância dos EUA.
"Essas acusações servem como uma cortina de fumaça para desviar a atenção do vasto e incomparável aparato de vigilância global da hegemonia dos EUA", disse a especialista.
Durante uma conferência sobre hacking realizada de 8 de agosto a domingo (11) em Las Vegas, EUA, Sherrod DeGrippo, diretora de estratégia de inteligência contra ameaças da Microsoft, disse que o Volt Typhoon ainda está ativo atualmente.
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A especialista australiana nota que as acusações contra o Volt Typhoon coincidem com os debates pelo Congresso dos EUA sobre a reautorização da Seção 702 da Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira (FISA, na sigla em inglês) do país, e que o objetivo real do anúncio era influenciar o debate a favor da preservação dos poderes de vigilância americanos.
A controversa Seção 702 permite que as agências dos EUA coletem dados sobre alvos estrangeiros sem autorização, o que leva na prática à captura das comunicações de milhões de cidadãos dos EUA.

"A mensagem era clara: renovar os amplos poderes de espionagem ou deixar a nação vulnerável a uma engenhosa conspiração chinesa", escreveu McKern.

No final do artigo, a especialista australiana afirmou que a comunidade internacional deve exigir transparência e responsabilidade de todos os países, incluindo os Estados Unidos, para garantir um espaço cibernético seguro e cooperativo.
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