"O Poder Executivo, ao criar esta unidade em 2004, e assumir para si a capacidade de realizar investigações sobre fatos criminosos, usurpou a competência do Poder Judiciário e do Ministério Público. Essa sobreposição é grave violação à nossa Constituição que não pode ser permitida. Cabe exclusivamente ao Ministério Público a investigação e promoção de denúncias perante o Poder Judiciário", diz a nota do Ministério da Justiça que anunciou a extinção do órgão.
"Isso faz parte da batalha cultural que travam contra os organismos de Direitos Humanos, e por isso é um retrocesso muito forte. O que governo está fazendo será uma anedota na história do nosso país. Vamos continuar lutando contra as oscilações de momentos políticos [...] Hoje há mais de 1,1 mil condenados por crimes contra a humanidade e isso deve nos orgulhar", ressaltou Pietragalla.
Batalha cultural
"Desde que assumiu, Milei tem buscado provocar retrocessos. Isso ficou evidente no esvaziamento da Secretaria de Direitos Humanos e na demissão de seu pessoal. A visita do governo aos genocidas presos está em sintonia com a postura expressa publicamente pela vice-presidente Victoria Villarruel, que chegou ao seu cargo graças à divulgação de sua mensagem negacionista", afirmou Pietragalla.
"As Avós da Praça de Maio percorreram um longo caminho durante esses 41 anos de democracia e não podemos dar um passo para trás como este. O processo de julgamento conduzido pela Argentina é histórico e único no mundo. O que o país fez com aqueles que cometeram os piores crimes que um ser humano pode cometer é realmente exemplar", concluiu Pietragalla.