De acordo com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, o primeiro-ministro de Israel concordou com a proposta vinculante para um cessar-fogo na Faixa de Gaza. "Agora cabe ao Hamas concordar."
"As negociações entre o Hamas e Israel provavelmente fracassaram devido a diferenças irreconciliáveis em suas demandas centrais, particularmente no que diz respeito às condições para um cessar-fogo e a libertação de reféns", disse à Sputnik o pesquisador do Instituto Alemão de Estudos Globais e de Área, Houssein Al Malla, comentando sobre o último colapso nas conversações de paz em Gaza.
O Hamas disse em um comunicado no domingo que o lado israelense estabeleceu novas condições que os palestinos consideram inaceitáveis, como o direito de retornar quando quiserem para o combate.
"O maior obstáculo para um acordo é [Benjamin] Netanyahu", afirmou o oficial sênior do Hamas Osama Hamdan ao veículo catari Al Jazeera.
Segundo Al Malla, em relatórios recentes de fontes diplomáticas turcas, Israel nem sequer respondeu às propostas dos mediadores nas conversações da semana passada, o que sublinha a falta de envolvimento.
"As exigências de Israel supostamente incluem a manutenção do controle sobre corredores estratégicos em Gaza, o veto de 100 nomes de uma lista de prisioneiros que o Hamas quer que sejam libertados e o exílio forçado de 200 palestinos", detalhou Al Malla.
"Elas [as exigências] são muito mais severas do que o que foi previamente acordado em fóruns internacionais."
"Essas condições são vistas pelo Hamas como um fracasso, refletindo o foco de Israel na segurança e no controle, enquanto o Hamas insiste em condições que aliviariam o sofrimento dos habitantes de Gaza sem comprometer sua posição. Esse descompasso fundamental nas expectativas levou as negociações à beira do colapso", enfatizou o observador.
"Outro ponto de discórdia significativa pode ser a sequência de ações. Israel provavelmente insiste na libertação dos reféns antes de qualquer flexibilização das ações militares ou dos bloqueios, enquanto o Hamas pode exigir ações simultâneas ou concessões antecipadas."
"Essas prioridades divergentes e a falta de confiança tornam difícil para qualquer uma das partes chegar a um acordo sobre termos que satisfaçam suas necessidades estratégicas e políticas", acrescentou Al Malla.