"A preocupação com o destino do acordo comercial é um sinal de como a Suíça está sendo espremida entre potências globais rivais, lançando uma sombra sobre o seu excepcionalismo tradicional em esferas que vão da neutralidade aos seus esforços econômicos individuais. Com os Estados Unidos se movendo para dificultar o acesso da China à tecnologia avançada e a União Europeia [UE] se alinhando mais de perto com Washington, as empresas suíças em particular correm o risco de ficar presas no meio", analisa a mídia.
"Há um sentimento desconfortável. Tensões geopolíticas são particularmente sensíveis para empresas que fabricam produtos de alta tecnologia. Cinco a dez anos atrás, tais preocupações ainda não eram um problema", disse Jean-Philippe Kohl, vice-diretor da Swissmem, a associação para indústrias de engenharia mecânica e elétrica do país.
"Que os EUA um dia digam que temos que parar essa transferência de tecnologia; é um medo primordial de muitas empresas", afirmou Kohl, acrescentando que seria "um desastre" se tivessem que escolher entre os Estados Unidos ou a China. "Retirar-se da China seria impossível e equivaleria a uma 'amputação parcial' de sua empresa", disse ele.
"A principal preocupação para empresas em certos setores sensíveis é se seus negócios com clientes chineses e, especialmente, empresas estatais podem afetar seus negócios nos EUA. Como as regras não são claras e estão mudando, é uma grande dor de cabeça", afirmou Graf.