Anteriormente, o Departamento Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês) fez buscas nas casas de dois cidadãos norte-americanos conhecidos por suas declarações e materiais na mídia russa: o ex-agente de inteligência dos EUA Scott Ritter e o analista político e apresentador do canal de televisão russo Pervy Dimitri Simes.
"É ingênuo acreditar que os EUA são um país livre, onde as liberdades de opinião, expressão e assim por diante são declaradas. [...] A repressão a Simes ou Ritter enfatiza mais uma vez que essas são apenas belas palavras escritas na Declaração de Independência dos EUA ou na Constituição norte-americana. Mas nada mais", comentou Martynov.
Segundo ele, tudo o que vai contra a linha geral de Washington é "sufocado", mesmo que sejam cidadãos estadunidenses.
"Além disso, eles [os EUA] fazem isso de forma demonstrativa, exemplar, para que as pessoas normais, que são a maioria, inclusive nos Estados Unidos, não transmitam seus pensamentos ou o senso comum no qual toda a narrativa russa se baseia", acrescentou.
O especialista prevê que o número de "dissidentes norte-americanos", ou seja, indivíduos que sofreram repressão por transmitirem uma retórica indesejável para Washington, só vai aumentar.
De acordo com ele, as repressões vão ocorrer com mais frequência não porque esses indivíduos cooperam com a mídia russa ou com a Rússia em geral, mas porque sua posição é a voz do senso comum, que coincide com o que a Rússia transmite ao mundo hoje, o que não coincide com os valores dos EUA no momento.
Anteriormente, o The New York Times informou, citando fontes, que as autoridades norte-americanas haviam iniciado uma investigação em larga escala contra seus próprios cidadãos que supostamente cooperavam com a mídia russa, e estavam preparando novas buscas e acusações criminais.