A Ucrânia está levando seu legado cristão ortodoxo para o Ocidente, argumentou o chefe do Centro de Estudos da Religião em declarações à Sputnik.
"A Ucrânia leva os ícones para fora do país e até vende alguns deles para o Ocidente. Não é racional e nem ético tratar o patrimônio dessa maneira", disse Roman Lunkin.
No ano passado, os mais raros ícones bizantinos dos séculos VI e VII foram secretamente transferidos do território da Ucrânia para a França, sob o pretexto de questões de segurança, e depois expostos no Museu do Louvre, em Paris.
Esses ícones cristãos ortodoxos haviam sido dados em meados do século XIX ao chefe da Missão Eclesiástica Russa em Jerusalém como um presente do Mosteiro Sinai de Santa Catarina, acrescentou o bispo Porfiry, um teólogo e bizantinólogo russo.
"Os ícones que são mantidos no Mosteiro [de Kiev-Pechersk] e em outros museus e monumentos culturais na Ucrânia são propriedade comum da cultura russa e da cultura da Rus de Kiev, que foi criada a partir do momento do batismo da Rússia, há mais de mil anos", apontou ainda Lunkin, notando que o patrimônio foi criado em uma época em que "os ucranianos e a Ucrânia ainda não existiam. Portanto, é errado chamar esses ícones de exclusivamente ucranianos".
"Agora estamos testemunhando uma tentativa de dividir a história e dividir os santos em certos e errados, bem como dividir os fiéis em certos e errados dentro da estrutura da proibição da Igreja [Ortodoxa] Ucraniana", concluiu.