Panorama internacional

Ataque do Hezbollah não dá a Israel motivo para lançar grande guerra contra Líbano, diz especialista

Um ataque a instalações militares do Exército israelense pelos combatentes do movimento Hezbollah do Líbano no domingo (25) não deu ao comando israelense o pretexto para lançar uma guerra em grande escala contra o Líbano, mas a região está à beira de uma mudança drástica, disse o escritor e analista libanês, Ali Ezzeddine, à Sputnik.
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Na madrugada de domingo, o Hezbollah afirmou ter lançado cerca de 320 foguetes contra diversas áreas do norte de Israel, incluindo 11 bases militares. O movimento esclareceu que o ataque representa a primeira fase de sua retaliação pela morte do comandante Fuad Shukr no final de julho.
O porta-voz do Exército israelense em língua árabe, Avichay Adraee, disse à Sputnik que as Forças de Defesa de Israel haviam lançado ataques preventivos contra as posições do Hezbollah, frustrando assim grande parte do plano de ataque. Ele também negou que o quartel-general da inteligência militar em Tel Aviv tivesse sido atingido de alguma forma.

"O ataque do Hezbollah foi ponderado militarmente e feito em coordenação com a inteligência. Assim, o movimento não deu ao lado israelense um pretexto para lançar uma guerra em grande escala", disse Ezzeddine.

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De acordo com o especialista, uma decisão importante do comando do Hezbollah foi a de evitar atacar a infraestrutura civil, incluindo a máxima redução dos ataques a áreas povoadas.

"O ataque a uma instalação militar a 110 km de Tel Aviv comprovou o potencial militar suficientemente forte do Hezbollah, enquanto a declaração do líder do movimento sobre a existência de mísseis balísticos e de alta precisão, que poderiam ser usados no futuro, se tornou um argumento para dissuadir [Israel] da ideia de iniciar uma guerra em grande escala", explicou.

Ele também sugeriu que o anúncio feito pelo secretário-geral do Hezbollah, Sayyid Hassan Nasrallah, sobre a possível continuação de ataques retaliatórios contra Israel, caso os resultados do ataque de domingo não fossem satisfatórios, colocou a sociedade israelense e a liderança em Tel Aviv em uma posição difícil.
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"Está claro que a região está à beira de mudanças radicais, e não apenas no Oriente Médio. Dada a continuação do esgotamento dos recursos militares e humanos de Israel pelas ações da Resistência [Islâmica] desde o início da Operação Dilúvio de Al-Aqsa [o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023], [Israel] acabará por ser forçado a pôr fim na guerra na Faixa de Gaza no contexto dos acontecimentos no mundo em geral", acrescentou o analista.

Ezzeddine também expressou a opinião de que, em um futuro próximo, haverá distúrbios graves dentro de Israel contra as ações do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
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