"Os chats secretos no Telegram funcionam com base no princípio da criptografia de ponta a ponta. [...] É errado conduzir correspondência confidencial em chats abertos e não classificados", disse Daschenko.
Ele explicou que a criptografia e a descriptografia das mensagens ocorrem nos dispositivos de ambos os usuários do diálogo, enquanto os chats públicos e de grupo são armazenados na nuvem, nos servidores do aplicativo de mensagens, o que potencialmente não é muito seguro.
Ao mesmo tempo, ele observou que o Telegram adota uma abordagem responsável para sua segurança e oferece até US$ 300 mil (R$ 1,65 bilhão) para encontrar vulnerabilidades na criptografia que se usa.
"Se falarmos sobre segurança em geral, os aplicativos de mensagens podem continuar a ser usados com confiança se você seguir as regras básicas de segurança", disse Daschenko, comentando a segurança do Telegram no caso da prisão de Pavel Durov.
Ele tem certeza de que não há necessidade de apagar o Telegram. Se um usuário usa o aplicativo para ler notícias e se comunicar no dia a dia, não tem "nada com que se preocupar".
Por outro lado, se alguém usa o aplicativo para atividades ilegais, as agências de aplicação da lei podem obter acesso por outros métodos, por exemplo, por meio de vulnerabilidades ou da execução de código arbitrário.
De acordo com o especialista, para se proteger, os usuários devem usar uma senha de celular ou de computador complexa.
Além disso, não é uma boa ideia se autenticar por meio do aplicativo em recursos de terceiros e compartilhar códigos de autorização com pessoas não familiares.
É importante também verificar regularmente as sessões atuais do aplicativo e apagar as que não são usadas.
Pavel Durov, o fundador do aplicativo de mensagens Telegram, foi detido no aeroporto de Paris-Le Bourget em 24 de agosto.
De acordo com a imprensa local, Durov, que também tem cidadania francesa, estava na lista de procurados do país.
Ele pode ser considerado envolvido em uma série de crimes, inclusive devido à recusa do Telegram em cooperar com as autoridades do país.
O fundador do aplicativo arrisca enfrentar acusações de terrorismo, tráfico de drogas, fraude e lavagem de dinheiro, entre outras. De acordo com relatos da mídia, o empresário pode pegar até 20 anos de prisão.