De acordo com jornal Estadão, entre os alvos do inquérito, estão dois coronéis da ativa, Alexandre Castilho Bitencourt da Silva e Anderson Lima de Moura e dois da reserva, Carlos Giovani Delevati Pasini e José Otávio Machado Rezo Cardoso.
A determinação para abertura do inquérito foi dada pelo comandante do Exército, general Tomás Paiva, após serem detectados "indícios de crimes" na elaboração da carta.
A matéria afirma que o Exército investigou em sindicância 46 oficiais que assinaram a carta usada como instrumento de pressão ao então comandante do Exército, general Freire Gomes, para aderir à tentativa de golpe.
O documento, intitulado "Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro", teve "clara ameaça de atuação armada" após as eleições, segundo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
A sindicância concluiu que 37 militares tiveram algum tipo de participação no episódio que envolveu o documento. Desses, quatro escreveram o texto e 33 o assinaram. Os que apenas assinaram a carta cometeram transgressão disciplinar.
Dos 37 envolvidos no episódio, 11 escaparam de punição após darem explicações. Já 26 sofrem punição que variaram de prisão à advertência.
Em março, Moraes retirou o sigilo das declarações de figuras ouvidas pela Polícia Federal no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, e foi revelado que o ex-comandante da Aeronáutica relatou que o general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército, teria ameaçado prender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) caso a tentativa de golpe fosse levada adiante.
Freire Gomes ainda desestimulou o ex-presidente a usar medidas como a decretação de estado de sítio ou a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para concretizar o golpe.
Após perder a eleição para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro se reuniu por algumas vezes com os comandantes das Forças Armadas do Brasil. Conforme o tenente-brigadeiro, foram entre cinco e seis encontros.