O bloco de 18 nações inclui três membros com laços diplomáticos com Taiwan e 15 membros que reconhecem a China, um grande credor de infraestrutura para países das Ilhas do Pacífico, onde Pequim busca aumentar sua presença de segurança.
Um comunicado divulgado na ontem (30) incluiu uma seção intitulada "Relações com Taiwan/República da China", afirmando que "os líderes reafirmaram a decisão dos líderes de 1992 sobre as relações com Taiwan/República da China", segundo a Reuters.
O comunicado foi removido do site à noite após uma resposta irritada de Pequim, e um novo documento foi publicado na manhã deste sábado (31) com as referências a Taiwan removidas.
O enviado especial da China para as Ilhas do Pacífico, Qian Bo, reagiu e disse a repórteres em Tonga que a referência a Taipé no comunicado "deve ser um erro", relataram a rádio Australian Broadcasting Corporation e o jornal Nikkei Asia.
O Ministério das Relações Exteriores taiwanês expressou indignação com as ações da China e classificou a ação como "intervenção rude".
Segundo a mídia, Qian fez lobby durante a semana para que Taiwan fosse excluído das funções oficiais do fórum, mostrou o site da embaixada chinesa.
"Qualquer tentativa das autoridades de Taiwan de reforçar seu senso de presença ao se aproximarem do fórum só pode ser enganosa", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, em uma entrevista coletiva regular em Pequim na sexta-feira.
Os aliados diplomáticos de Taiwan no Pacífico diminuíram nos últimos anos, à medida que a China aumentou as ofertas de financiamento para o desenvolvimento. Nauru trocou laços de Taiwan para Pequim em janeiro, enquanto Kiribati e Ilhas Salomão, que agora abrigam a polícia chinesa, trocaram em 2019.
Pequim vê Taiwan como uma província renegada que pertence por direito à China no âmbito da política de Uma Só China. A ilha autogovernada não declarou formalmente sua independência, mas afirma já ser, mantendo laços próximos a países ocidentais, principalmente os Estados Unidos.