Netanyahu realizou na segunda-feira (2) sua primeira coletiva de imprensa em dois meses, durante a qual explicou em detalhes a necessidade do controle militar israelense do Corredor Filadélfia, sem o qual, segundo ele, nem os objetivos da guerra nem o retorno dos reféns podem ser alcançados.
"A postura desafiadora de Netanyahu após a descoberta dos seis corpos de reféns lançou mais dúvidas sobre as negociações para um acordo de cessar-fogo em troca dos reféns", diz o artigo.
A publicação acrescenta que as negociações estavam em um impasse mesmo antes do homicídio de reféns, no momento em que as partes chegaram à questão de controle do Corredor Filadélfia.
Gil Dickmann, parente de um dos reféns que foi morto, culpou Netanyahu e sua posição em relação ao corredor pela morte dos reféns.
"O governo israelense cruzou 'a sangue frio' uma 'linha vermelha' ao priorizar o corredor em detrimento da vida dos reféns", disse Gil Dickmann citado pelo CNN.
Segundo ele, a decisão do primeiro-ministro Netanyahu tornou impossível para os reféns retornar a suas casas e "foi isso que os matou".
A exigência de Israel de manter o controle da fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito é um dos obstáculos para se chegar a um acordo e resolver a situação no enclave palestino.
As autoridades do Estado judeu estão convencidas de que, no caso da retirada das forças israelenses, o Hamas poderá se rearmar rapidamente e restaurar parte de seu potencial de combate.
De acordo com dados israelenses, o movimento palestino Hamas ainda tem 101 pessoas em cativeiro, algumas delas supostamente mortas.
Por meio de várias operações e esforços humanitários, 154 pessoas foram resgatadas do cativeiro do Hamas, incluindo reféns mortos cujos corpos foram removidos do enclave.