"O inimigo tem, de fato, uma vantagem em aviação, mísseis, artilharia, na quantidade de munição que usam e, é claro, em pessoal, tanques e veículos de combate de infantaria", disse Syrsky em uma entrevista à emissora norte-americana CNN.
Diante desse cenário, a mobilização é uma prioridade para os militares ucranianos no momento, afirmou o comandante-chefe, admitindo, no entanto, que o treinamento dos novos recrutas precisa ser concluído em um tempo muito curto.
"As dinâmicas na frente exigem que coloquemos os recrutas em serviço o mais rápido possível", afirmou Syrsky.
Os recrutas recebem um mês de treinamento militar básico, além de 15 a 30 dias de treinamento mais especializado. Na sequência, são enviados à linha de frente.
A lei que endurece as regras de mobilização da Ucrânia entrou em vigor em 18 de maio. O principal objetivo é reabastecer as forças ucranianas, esgotadas por mais de dois anos de conflito com a Rússia. Para isso, o regime de Vladimir Zelensky determinou que todos os ucranianos sujeitos ao serviço militar se apresentem aos escritórios de recrutamento.
Ações militares ativas da Rússia
Na última semana, Zelensky declarou que, devido às ações militares ativas do Exército russo em três direções, as forças ucranianas enfrentam uma situação difícil em vários setores do front. "Falei com o comandante-chefe [Aleksandr Syrsky]. A direção de Pokrovsk [Krasnoarmeisk] enfrenta o maior número de ataques. A situação também é difícil nas direções de Kramatorsk, Toretsk e Kupyansk. Quase 200 combates estão sendo travados diariamente ao longo de toda a frente", disse à época.
Em agosto, o coronel aposentado Oleg Starikov afirmou que as Forças Armadas do país enfrentavam uma crise tática nas áreas de Pokrovsk e Toretsk, que poderia se transformar em uma crise operacional.