Panorama internacional

Potencial de lítio no Paraguai atrai conglomerado de empresas e investimentos de até US$ 700 milhões

Um conglomerado de empresas iniciou as atividades de prospecção de lítio no norte do Paraguai, na região do Chaco, e promete investir mais de US$ 700 milhões (R$ 3,8 bilhões) em sua exploração.
Sputnik
O Paraguai espera com isso integrar o Triângulo do Lítio, formado na região por Bolívia, Chile e Argentina, e mesmo gerar condições para a fabricação de baterias.
Na última semana, o vice-ministro de Minas e Energia do Paraguai, Mauricio Bejarano, visitou o Chaco para acompanhar de perto as atividades de prospecção realizadas pela Chaco Minerals, um conglomerado de cinco empresas de origens canadense e paraguaia encarregadas de buscar o lítio.
As atividades de prospecção começaram em maio, a partir de estudos geológicos que há algum tempo especulavam que a região poderia conter quantidades significativas de carbonato de lítio.
Segundo informações do governo paraguaio, a Chaco Minerals dispõe de uma área total de 2 milhões de hectares, dividida em cinco partes, destinadas a cada uma das cinco empresas que integram o conglomerado.
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Em diálogo com a Sputnik, o engenheiro e especialista em assuntos energéticos Eduardo Viedma destacou que o país tem vantagem sobre seus vizinhos por contar com energia renovável e mais econômica.

"Atualmente, há um investimento de US$ 30 milhões [cerca de 115 milhões] desse conglomerado canadense-paraguaio e eles estão realizando a prospecção através do método sísmico para saber qual volume de lítio pode ser obtido e se é rentável", explicou Viedma.

Ele, que também é presidente da Associação Paraguaia de Energias Renováveis (APER), destacou que os geólogos que trabalham para a empresa indicam que a região do Chaco possui "as mesmas condições geológicas" que a área de salinas no território boliviano, o que faz pensar que "deveria haver concentrações interessantes de lítio".
Ele comentou que o carbonato de lítio pode não ser tão fácil de extrair do lado paraguaio. Nesse sentido, enquanto os movimentos telúricos fizeram com que essas salinas de lítio emergissem, na região do Chaco o lítio está no subsolo.

"Essas veias de lítio ainda estão dentro da terra e não estão expostas. O lítio está misturado com terra, e por isso a forma de acessá-lo é relativamente mais cara do que nas salinas de Argentina, Chile e Bolívia, que possuem lítio em estado quase puro", apontou.

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Em declarações feitas em maio ao jornal paraguaio La Nación, o gerente da Chaco Minerals, Rodrigo Díaz Mallorquín, adiantou que, se as atividades de prospecção forem positivas, a próxima etapa de exploração terá investimentos de cerca de US$ 50 milhões (cerca de 270 milhões) entre seis e oito anos. Após isso, a empresa avançaria com a exploração do mineral, o que exigiria um investimento de cerca de US$ 700 milhões (cerca de R$ 3,9 bilhões).

Um ímã para investidores estrangeiros

Para o engenheiro e representante do setor energético, se o projeto tiver sucesso, pode abrir as portas para o Paraguai em uma cadeia produtiva que se ramifica para setores-chave, como a fabricação de automóveis e trens elétricos, além de incluir computação e telefonia.

"Todos os aparelhos com energia remota têm uma bateria de lítio porque são as baterias mais eficientes, as mais duráveis e as que podem fornecer a energia que esses novos produtos criados a cada dia no mundo precisam", destacou. "Já há muitas consultas por parte de investidores estrangeiros e, se for confirmada a presença de lítio, será um polo de desenvolvimento muito importante", celebrou.

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