O ministro saudita Bandar Al-khorayef fez os comentários no momento em que os dois países se aproximam, apesar da crescente rivalidade entre a China e os Estados Unidos.
"O 'petroyuan' não é substancial para [o ministério], acreditamos que a Arábia Saudita fará o que for do seu melhor interesse [...] mas acho que a Arábia Saudita sempre tentará coisas novas e está aberta a novas ideias, e tentamos não misturar política com comércio", disse Al-khorayef em uma entrevista no sábado (7) em Hong Kong e divulgada pelo South China Morning Post nesta segunda-feira (9).
A adoção mais ampla do petroyuan — abreviação para o uso da moeda chinesa em acordos transfronteiriços de petróleo bruto — é amplamente vista como o próximo passo para a internacionalização do yuan e um desafio ao onipresente dólar norte-americano nos mercados globais de commodities.
Riad é a segunda maior fonte de importações de petróleo bruto da China – as compras caíram 1,8% ano a ano, para 86 milhões de toneladas em 2023, significativamente abaixo dos 107 milhões de toneladas da Rússia.
Embora o ministro saudita tenha descrito um sentimento positivo em seu país quanto ao uso do petroyuan em transações, ele não deu um cronograma para quando isso aconteceria, relata a mídia.
"De um ponto de vista comercial, entre um fornecedor e um cliente, acho que tal arranjo pode acontecer com a liberdade que eles têm. Não é algo que olharíamos de um ponto de vista político", afirmou.
Ao mesmo tempo, os sauditas vêm buscando diversificar sua economia e se tornar um centro industrial no Oriente Médio sob sua iniciativa Vision 2030, e as empresas chinesas estão ansiosas para explorar mercados alternativos à medida que um esforço de contenção liderado pelos EUA amplia seu escopo. Esses fenômenos complementares levaram a relações mais próximas entre os dois países.
"Damos as boas-vindas às empresas chinesas para que venham e invistam em veículos elétricos. Temos a Iniciativa Fábricas do Futuro e convidamos qualquer fornecedor de soluções a participar", disse o ministro.
No setor de aviação, a Autoridade Geral de Aviação Civil, reguladora do setor saudita, assinou um memorando de entendimento com a Corporação de Aeronaves Comerciais da China (COMAC, na sigla em inglês) em maio para explorar a localização de sua indústria de aviação e desenvolver a cadeia de suprimentos local.
"A Arábia Saudita será uma compradora de aviões pelos próximos 25 anos. Pelo crescimento que estamos vendo, eles definitivamente olharão para múltiplos fornecedores", complementou Al-khorayef.