Conforme diz o relatório, os EUA estão cada vez menos interessados em "atender às crescentes exigências de defesa e segurança da Europa".
"A doutrina estratégica dos EUA está mudando da Europa para o Pacífico, por exemplo a aliança AUKUS [Austrália, Reino Unido e EUA], sob a ameaça da China. Como resultado, a crescente procura de capacidades de defesa enfrenta uma oferta cada vez menor, uma lacuna que a própria Europa deve preencher", destaca o documento.
De acordo com o relatório, os custos totais com a defesa da UE representam atualmente um terço dos gastos dos EUA e "a indústria de defesa europeia sofre de décadas de subinvestimento".
"Para alcançar uma verdadeira independência estratégica e aumentar a sua influência geopolítica global, a Europa precisa de um plano para gerir estas dependências e reforçar o investimento na defesa", sublinha o texto.
Da mesma forma, o texto indica que, "graças a um período prolongado de paz na Europa e ao guarda-chuva de segurança norte-americano", apenas dez Estados-membros da UE gastam atualmente mais de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) na defesa, em linha com os compromissos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Neste contexto, a nota acrescenta que a indústria de defesa da UE necessita de investimentos maciços para recuperar o atraso.
"Em junho de 2024, a Comissão Europeia estimou que serão necessários investimentos adicionais no valor de cerca de € 500 bilhões [cerca de R$ 3,1 trilhões] na defesa durante a próxima década", afirma o relatório.
De acordo com o texto, entre meados de 2022 e meados de 2023, 78% do total das despesas com contratos de defesa da UE vieram de fornecedores de países terceiros, dos quais 63% vieram dos Estados Unidos.