Em uma entrevista à margem do Fórum Ambrosetti, uma conferência realizada no norte de Itália, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, disse que Lisboa está "muito envolvida no processo de ampliação".
"Precisamos nos preparar para receber a Ucrânia na UE quando isso for possível". Esse processo, acrescentou o ministro, "exigirá uma reforma financeira e institucional da qual devemos cuidar imediatamente".
Enquanto pedia negociações em direção a um processo de paz, Rangel afirmou que, em sua visão, "a incursão da Ucrânia na região de Kursk, na Rússia, mudou claramente a percepção do equilíbrio da guerra".
No início do ano, o ministro afirmou que o bloco europeu deveria permanecer comprometido com sua política de que quaisquer negociações sobre o fim do conflito deveriam ser lideradas pelo governo em Kiev.
No mesmo evento, Vladimir Zelensky e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, concordaram em trabalhar em prol de uma conferência no ano que vem, focada na reconstrução da Ucrânia, mesmo que um cessar-fogo com a Rússia ainda esteja distante.
Em maio deste ano, o governo português disse estar interessado em aumentar as sanções contra a Rússia por conta da operação na Ucrânia, afirmou na época a a ministra do Meio Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia, através de sua representante oficial, Maria Zakharova, afirmou que Lisboa tem seguido "obedientemente políticas, ações e retóricas antirrussas", acrescentando que as relações bilaterais russo-portuguesas passam "pela maior crise da sua história contemporânea", conforme noticiado.