Panorama internacional

Recusa da UE em transitar gás russo através da Ucrânia pode gerar desabastecimento, diz especialista

A decisão drástica da União Europeia (UE) de interromper o transporte de gás russo através da Ucrânia será, na prática, uma "sentença de morte" e pode gerar desabastecimento entre vários países do bloco. É o que avaliou à Sputnik Damien Ernst, especialista em energia da Universidade de Liège, na Bélgica.
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O especialista também comentou as negociações de várias empresas europeias para o transporte de gás do Azerbaijão através da Ucrânia após o término do contrato com a Rússia. "Se a decisão for tomada para interromper o transporte de gás russo através da Ucrânia, é improvável que o gás de outro país passe pela Ucrânia", acredita o especialista.
Na sua opinião, se houver recusa em continuar o trânsito via Kiev, o gás russo transportado por oleoduto virá em volumes pequenos apenas através da Turquia. "Ou seja, é como uma sentença de morte", acrescentou.
O contrato para o trânsito de gás russo para a Europa, através do território da Ucrânia, termina no final deste ano. Kiev já declarou várias vezes que não pretende renová-lo. Também nesta quarta-feira (11), a comissária europeia de Energia, Kadri Simson, afirmou que os países do bloco podem ficar sem o produto.
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Apesar disso, a Comissão Europeia admite que companhias do continente podem usar a infraestrutura ucraniana para o trânsito de gás após o término do contrato com a Rússia. Simson também destacou que a entidade não está envolvida nas negociações sobre o trânsito de gás do Azerbaijão.
Já o ex-primeiro-ministro da Itália Mario Draghi preparou um relatório para a comissão sobre a competitividade da UE, no qual constatou que o mercado de energia, apesar das declarações otimistas sobre a superação da crise energética e a substituição bem-sucedida dos fornecedores de energia russos, enfrenta problemas básicos.
Um dos principais é relacionado ao preço do gás natural na região, que é quatro a cinco vezes maior do que o praticado nos Estados Unidos. O político italiano também apontou que as turbulências dos últimos anos, a concorrência com a China e a perda da Rússia como principal fornecedor de energia para a UE levaram a problemas na economia.
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