"Eu acredito que os países da OTAN, céticos em relação ao uso de armas de longo alcance no interior do território russo, não querem se envolver na autorização para seu uso", afirmou Mikael Valtersson, ex-oficial das Forças Armadas Suecas e ex-político de defesa e chefe de gabinete do Partido Democrata Sueco à Sputnik.
Os comentários de Valtersson surgem em resposta a uma declaração do chefe do Ministério da Defesa polonês, sugerindo que a decisão sobre a expansão dos ataques de longo alcance da Ucrânia no interior do território russo com mísseis ocidentais deveria ser tomada pela OTAN, e não por Estados individuais.
A administração do presidente Joe Biden considera autorizar a Ucrânia a usar mísseis ATACMS fabricados nos Estados Unidos, enquanto o Reino Unido teria concordado em permitir que o regime de Kiev expanda o uso de mísseis britânicos Storm Shadow contra a Rússia.
"Mesmo que a OTAN, como organização, aprove o uso de armas de longo alcance no território russo, serão os países específicos que entregam ou produzem as armas usadas que serão responsabilizados", disse Valtersson.
A resposta da Rússia não demoraria a chegar se os EUA e outros países autorizarem o regime de Kiev a lançar ataques de longo alcance, ele alertou.
Embora o especialista não espere que a Rússia retalie com armas nucleares táticas – a menos que a OTAN ataque –, ele não descartou que Moscou forneça mísseis de longo alcance a países considerados adversários pelo Ocidente, em linha com os comentários feitos pelo presidente russo Vladimir Putin em junho.
"A OTAN tem dado pequenos passos o tempo todo, principalmente para evitar um grande passo ao qual a Rússia tenha que responder. Isso provavelmente será assim desta vez também, mas lentamente os países ocidentais estão se aproximando de uma dura resposta russa, quando já for o bastante", disse Valtersson.