À Sputnik Brasil, fontes das campanhas dos concorrentes sinalizaram que o movimento feito pelo tucano "não foi o melhor jeito de resolver as coisas, mas bem que mereceu".
"Algo inadmissível. Não adianta dizer que o Marçal merecia isso [a cadeirada]. O que ele merecia era, pelo jogo democrático, perder a eleição. […] Talvez até uma impugnação da candidatura, e não isso que aconteceu", disparou um cacique tucano sob anonimato. Datena concorre pela sigla.
Um auxiliar da campanha de Tabata Amaral (PSB) sublinhou que "a agressão não faz parte da lógica democrática, teremos que concordar nisso [...], mas o Marçal merecia algo parecido, sem precisar de contato físico".
Questionada sobre o que "merecia", a fonte não informou, mas adicionou que o comportamento e o histórico de Pablo Marçal "não é um dos melhores e ele não é nenhum santinho".
Já o assessor do candidato Guilherme Boulos (PSOL) afirmou à reportagem que "por mais que a campanha do Pablo seja suja e composta de muitos elementos de baixo calão, não é muito boa essa lógica baixa da agressão. […] a gente acaba se igualando a eles e aos iguais a eles [referindo-se aos bolsonaristas]".
Uma liderança petista respondeu à pergunta da Sputnik Brasil dizendo que "a política é um lugar para debate, divergências e troca de ideias, mas nunca um lugar para agressão. Isso foge da lógica democrática e incentiva, ainda mais, comportamentos parecidos […]. Constrangimento é pouco, não toleramos nem somos coniventes com agressões".
De acordo com informações veiculadas pelo jornal Folha de S.Paulo, os candidatos Guilherme Boulos, Tabata Amaral e Ricardo Nunes (MDB), este último atual prefeito da cidade, procuraram Datena para se solidarizar em relação ao episódio. Marçal, no entanto, foi ignorado pelos concorrentes.
O debate e a cadeirada de Datena em Marçal
Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Marina Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB) marcaram presença no evento que teve início às 22h00, no Teatro B32, na avenida Brigadeiro Faria Lima.
No segundo bloco do debate, Marçal acusou Datena de assédio sexual, após ele se recusar a fazer uma pergunta ao empresário goiano. Posteriormente, no quarto bloco, ele provocou o apresentador, que o agrediu com uma cadeirada no ombro.
Datena foi expulso do debate, enquanto Marçal optou por sair para atendimento médico. O caso de assédio citado remonta a 2019, quando uma repórter alegou ter sido assediada por Datena, mas o jornalista afirmou que o processo foi arquivado e que a acusação foi posteriormente retratada.
Boulos, Tabata Amaral e Marina Helena lamentaram o episódio de violência que ocorreu no estúdio logo após o debate ter sido retomado.