Panorama internacional

Especialistas avaliam os possíveis cúmplices do ataque mortal com pagers no Líbano

O ataque a pagers no Líbano não pôde ser executado sem o envolvimento de alguma forma dos Estados Unidos, já que é uma operação técnica complexa que Israel não podia realizar sozinho, acreditam especialistas do Oriente Médio entrevistados pela Sputnik.
Sputnik
Nesta terça-feira (17), houve explosões de pagers em diferentes áreas do Líbano. O ministro da Saúde, Firas al-Abyad, informou que mais de 4 mil pessoas ficaram feridas e 11 pessoas morreram.

"O ataque ao Líbano não teria sido possível sem a coordenação entre Israel e a empresa que fabricou os dispositivos sem fio que explodiram e os EUA por trás dela", disse o especialista militar Ali Hamie que liga o acidente a uma visita recente do vice-assistente do presidente dos EUA e consultor sênior para Energia e Investimentos, Amos Hochstein, a Israel.

Ele acrescentou que serviços especiais engajaram o produtor dos pagers que deve ter entregado "códigos ou sistemas de decodificação de pagers para o lado israelense".
Segundo Hamie, o objetivo do ataque foi desviar a atenção do público israelense da Faixa de Gaza ao Líbano e "ganhar algum tempo para se preparar para uma grande operação no Líbano".
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O membro do parlamento libanês Kasem Hashem também não exclui que a operação de explosão não foi realizada por um único ator.

"Ele [Israel] tinha cúmplices", disse Hashem, acrescentando que o ataque ao Líbano "faz parte de uma expansão da agressão israelense" contra seu país, e "a guerra cibernética é um dos tipos mais perigosos de guerra usados por Israel".

O político ressalta que a resistência no Líbano está pronta para qualquer operação militar que Israel possa executar.
O cientista político e jornalista egípcio Amr Nassef disse à Sputnik que o ataque foi doloroso para o movimento libanês Hezbollah e por meio dessa ação, Israel "ganhou pontos na guerra cibernética com ele".

"A guerra tecnológica se tornou parte de qualquer conflito, e não se pode descartar a possibilidade de Israel ter sido auxiliado na realização de ataques aos dispositivos de comunicação do Hezbollah", afirmou Nassef.

Os especialistas concordaram em que o Hezbollah vai responder ao ataque. Segundo eles, a ação levou a mais uma rodada de confronto entre o Líbano e Israel.
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De acordo com relatos da mídia, o Hezbollah usa pagers como um sistema de comunicação fechado que é menos suscetível a hackers e escutas.
O movimento Hezbollah e as autoridades libanesas consideraram Israel responsável pelo incidente, e o primeiro prometeu a Tel Aviv uma resposta dura.
A Reuters informou que o Mossad, agência de inteligência israelense, colocou explosivos em cinco mil pagers de fabricação taiwanesa encomendados pelo Hezbollah.
De acordo com a agência, três mil pagers foram ativados e explodiram simultaneamente quando uma mensagem de código foi enviada.
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