Panorama internacional

Analista: em meio à campanha, EUA não podem tomar nenhuma medida drástica na arena internacional

O governo atual dos EUA não vai deixar de apoiar Israel se começar uma operação terrestre no Líbano, mas vai expressar preocupação com suas ações, embora a retórica dos candidatos à presidência dos EUA sobre esse tópico possa ser diferente, disse o cientista político russo Vladimir Batyuk à Sputnik.
Sputnik
O jornal The Wall Street Journal citou recentemente autoridades norte-americanas dizendo que o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, preocupa-se com o início de uma operação militar israelense no Líbano contra o movimento xiita Hezbollah após uma série de explosões de aparelhos.
De acordo com o jornal, os militares israelenses já enviaram uma divisão de combatentes de forças especiais e paraquedistas do sul do país para o norte.
Ao mesmo tempo, as autoridades norte-americanas disseram ao jornal que não veem sinais de que a ofensiva vá ocorrer em um futuro próximo, apontando especialmente para a ausência de ordens para mobilizar os reservistas israelenses.

"Não se trata de acabar com o apoio a Israel. No máximo, Washington oficialmente vai expressar sua preocupação, mas agora, quando a corrida eleitoral nos Estados Unidos entrou em sua fase final, os Estados Unidos simplesmente não estão em posição de tomar nenhuma medida drástica na arena internacional", disse Batyuk, chefe do Centro de Estudos Político-Militares do Instituto dos Estados Unidos e Canadá da Academia de Ciências russa.

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Nova onda de explosões de aparelhos de comunicação ocorre no Líbano (FOTOS, VÍDEOS)
Ao mesmo tempo, ele sugeriu que haveria uma diferença entre a retórica dos candidatos Kamala Harris e Donald Trump no caso de uma operação israelense no Líbano.
De acordo com o interlocutor, se o candidato republicano e seus partidários mantiverem a posição de apoio incondicional a Israel, Harris poderá se permitir criticar as ações de Tel Aviv, já que terá de contar com a opinião da ala esquerda pró-palestina do Partido Democrata.

"É possível que o governo Biden também faça algumas declarações críticas em relação a Israel, mas não se trata de nenhuma medida real, como o fim do apoio militar e econômico a Israel", enfatizou o especialista.

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Israel teria criado empresa de fachada para produzir pagers entregues depois ao Líbano

Explosões de aparelhos no Líbano

Pagers detonaram em diferentes partes do Líbano na terça-feira (17), ferindo mais de 2.800 pessoas e matando 12.
As explosões continuaram no dia seguinte (18). De acordo com notícias, desta vez foram os walkie-talkies, que o movimento libanês Hezbollah havia comprado quase simultaneamente com os pagers há cerca de cinco meses.
De acordo com os últimos relatórios, 20 pessoas foram mortas e outras 450 ficaram feridas nesse ataque.
O Hezbollah usa pagers como um sistema de comunicação fechado que é menos suscetível a hackers e escutas.
O movimento e as autoridades libanesas consideraram Israel responsável pelo incidente, e o primeiro prometeu a Tel Aviv uma resposta dura.
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