"As instituições ocidentais novamente demonstram hipocrisia e preconceito. Um exemplo é o ataque em massa de Israel aos habitantes do Líbano. Se fosse em Tel Aviv, imagine a tempestade que se levantaria e quantas ameaças de novas sanções seriam feitas. Mas aqui — silêncio. O Ocidente vê Israel como uma parte inseparável de si, como um dos representantes e retransmissores de suas posições na região do Oriente Médio. Aqui está a explicação para o silêncio", declarou.
Além disso, o parlamentar lembrou que atacar civis é crime: "Quem, senão os israelenses, sabe disso. Reconhecendo a criminalidade das ações do Exército e das autoridades, e chamando a comunidade internacional a uma avaliação adequada dos ataques, não podemos permitir uma nova onda de antissemitismo", destacou.
Segundo o parlamentar, as Nações Unidas declararam definitivamente sua incompetência e futilidade. "Mais um sintoma da desglobalização e, junto com ela, o enterro do mundo unipolar e as pretensões do Ocidente anglo-saxão de domínio", concluiu.
Aviões israelenses realizaram uma série de ataques simultâneos a várias localidades no sul do Líbano, informaram fontes à Sputnik nesta quinta-feira (19).
Escalada das tensões no Líbano
A escalada do conflito entre Líbano e Israel aumentou após o ataque do Exército israelense, em 30 de julho, a um prédio residencial no subúrbio sul de Beirute. Na ocasião, sete pessoas morreram, incluindo o alto comandante do movimento Hezbollah Fuad Shukr.
Em agosto, o líder da resistência xiita, Hassan Nasrallah, afirmou que as ações de Israel "ultrapassaram todas as linhas vermelhas" e que uma resposta a tal ataque viria em breve. Tel Aviv, por sua vez, alertou que qualquer ato de agressão contra Israel poderia resultar em consequências destrutivas em grande escala para o Líbano.
A situação na fronteira entre os dois países se deteriorou após o início das operações militares de Israel na Faixa de Gaza em outubro de 2023. O Exército israelense e combatentes do Hezbollah trocam ataques diariamente nas áreas ao longo da divisa.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores libanês, cerca de 100 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas no sul do Líbano devido aos bombardeios de Israel. O lado israelense relatou que aproximadamente 80 mil residentes do norte de Israel se encontraram em situação semelhante.
Em várias áreas do Líbano ocorreram nesta semana detonações de dispositivos de comunicação, incluindo pagers e rádios. Segundo dados oficiais, 32 pessoas morreram e mais de 3 mil ficaram feridas.
Até o momento, não se sabe o que causou a detonação simultânea de milhares de dispositivos. O Hezbollah e as autoridades libanesas responsabilizaram Israel pelo ocorrido. As autoridades de Tel Aviv ainda não confirmaram nem negaram sua participação.
Já a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, chamou o que aconteceu no Líbano de um ato monstruoso de terrorismo e uma tentativa de incitar um grande conflito.