Anteriormente, a agência de notícias Reuters relatou que a agência de inteligência israelense Mossad colocou explosivos em pagers fabricados pela empresa taiwanesa Gold Apollo.
Por sua vez, a empresa alegou que o modelo particular dos pagers detonados foi fabricado e projetado pela BAC Consulting sediada em Budapeste, Hungria.
A Sputnik conseguiu entrar em contato com um representante da empresa húngara, que desejou permanecer anônimo, declarando que a BAC Consulting não fabrica pagers, mas presta serviços de consultoria empresarial.
"Nunca estivemos envolvidos na produção de pagers, a empresa presta consultoria a empresas. Absolutamente não entendo o que está acontecendo", afirmou.
Agora, fontes do The New York Times da inteligência israelense dizem que Israel teve planos de criar uma empresa fantasma para produzir pagers porque o movimento Hezbollah vê os celulares comuns como uma ferramenta de inteligência.
"Ao que tudo indica, a BAC Consulting era uma empresa sediada na Hungria que tinha contrato para produzir os dispositivos em nome de uma empresa taiwanesa, a Gold Apollo. Na verdade, ela fazia parte de uma fachada israelense", confirmaram três funcionários da inteligência de Israel ao jornal norte-americano.
Segundo as fontes, pelo menos duas outras empresas de fachada foram criadas para ocultar as identidades reais das pessoas que fabricaram os pagers, funcionários da inteligência israelense.
Como a publicação aponta, a BAC também tinha clientes regulares para os quais produzia pagers sem explosivos.
Explosões de aparelhos no Líbano
Pagers detonaram em diferentes partes do Líbano na terça-feira (17), ferindo mais de 2.800 pessoas e matando 12.
As explosões continuaram no dia seguinte (18). De acordo com notícias, desta vez foram os walkie-talkies, que o movimento libanês Hezbollah havia comprado quase simultaneamente com os pagers há cerca de cinco meses.
De acordo com os últimos relatórios, 20 pessoas foram mortas e outras 450 ficaram feridas nesse ataque.
O Hezbollah usa pagers como um sistema de comunicação fechado que é menos suscetível a hackers e escutas.
O movimento e as autoridades libanesas consideraram Israel responsável pelo incidente, e o primeiro prometeu a Tel Aviv uma resposta dura.