É o que informou, nesta quinta-feira (19), citando dados de um levantamento, o jornal The New York Times.
Apesar de serem o principal promotor do Compromisso Global do Metano — que foi apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP26) em um esforço de redução das emissões globais até 2030 —, os EUA apareceram como um dos países com pior desempenho no estudo da Kayrros, empresa de dados ambientais que publica o levantamento.
"Esses são os pontos que precisam de atenção. […] Porque revelam o uso exacerbado de metano", disse o cofundador da Kayrros, Antoine Halff.
Para a pesquisa, a Kayrros usou dados de satélite combinados com análises de inteligência artificial de dados de instalações de combustíveis fósseis, onde são comuns práticas de "ventilação ou liberação intencional de grandes quantidades de metano […]".
Dessa forma, a empresa observou que atualmente a concentração do gás na atmosfera é mais que duas vezes superior à dos níveis pré-industriais, sendo mais da metade das emissões em todo o mundo causadas pelo homem.
Ao contrário do dióxido de carbono, as emissões de metano não decorrem do consumo, mas sim da produção e do transporte do insumo, principal componente do gás natural.
"O metano pode vazar de instalações de armazenamento, oleodutos e caminhões-tanque e muitas vezes também é vazado deliberadamente. […] também é liberado pela pecuária e por aterros sanitários, e é produzido naturalmente em zonas úmidas", indica o artigo.
Ele acrescenta que esse gás na atmosfera se dissipa em cerca de 12 anos, um tempo relativamente curto, mas numerosos estudos mostram que os efeitos de retenção de calor do metano são até 80 vezes mais fortes que os do dióxido de carbono.
"Isso significa que pode ter consequências imediatas para o clima", afirma o texto.
Durante a COP26, os Estados Unidos foram um dos primeiros signatários e promotores do Compromisso Global do Metano. No entanto, disse Halff, "2030 está se aproximando rapidamente, e enormes emissões ainda estão ocorrendo".
"Isso acontece em grande parte porque a produção de petróleo e gás está aumentando tanto nos Estados Unidos como em outros lugares", disse o cofundador da Kayrros à mídia americana.