Soberania digital: desafio para o Brasil
"Em alguma medida termos outras empresas oferecendo serviços melhora um pouco a dependência que temos hoje da Starlink. Porém esse não é o caminho para reduzir a dependência e vulnerabilidades do país, que terminam por reduzir a possibilidade de ampliação de nossa soberania digital", avalia Flávia Lefèvre, advogada especialista em telecomunicações e direitos digitais e do consumidor, integrante do Conselho Consultivo do Instituto NUPEF (Núcleo de Pesquisas, Estudos e Formação) e da Coalizão Direitos na Rede.
"Deveria ser prioridade do país priorizar investimentos em infraestrutura. Mas estamos longe de que investimentos nessas áreas possam nos levar a reduzir a dependência dos satélites dessas empresas estrangeiras", acrescenta a especialista em telecomunicações.
"O Brasil poderia, sim, ter projetos voltados para o lançamento de satélites de baixa órbita também, ou ainda usar parte da capacidade dos satélites que já temos para atender à demanda brasileira. Mas não temos feito nada", ressalta.
"São quase 11 mil pequenos provedores no Brasil", conta Tavares, que estão presentes em determinadas comunidades "não só no lugar de exploração e de oferecimento do serviço, mas em outras camadas, em como essas redes são pensadas também a partir da realidade local", e há "um diálogo muito direto com o território", acrescenta.