O valor destinado à pasta só é menor que os propostos aos ministérios da Educação, da Saúde, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e da Previdência. Esse último é o que conta com a maior verba: R$ 1,03 trilhão.
Segundo a Defesa, o dinheiro será aplicado de diversas formas, desde despesas obrigatórias a investimentos e projetos, separados por força.
Marinha do Brasil
Programa Nuclear da Marinha (PNM, R$ 600 milhões): responsável pelo desenvolvimento das capacidades nucleares brasileiras, em especial a criação do reator e do combustível nuclear do submarino Álvaro Alberto, que tem previsão de lançamento para 2033;
Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub, R$ 1,51 bilhão): responsável pelo desenvolvimento de quatro submarinos convencionais e um a propulsão nuclear. Para 2025, testes de profundidade serão realizados nos três já lançados ao mar, enquanto o quarto, Angostura, deve ser lançado em março;
Construção de navios-patrulha Classe Macaé de 500 toneladas (R$ 150 milhões): desenvolvimento de navios-patrulha para fiscalização das águas brasileiras, operações de salvaguarda e defesa das atividades econômicas da Amazônia Azul.
Exército Brasileiro
Programa Forças Blindadas (R$ 622 milhões): responsável por reviver a produção de viaturas blindadas no país e modernizar a frota do Exército. Espera-se que sejam entregues 722 unidades até 2024 e mais 122 em 2025;
Projeto Astros 2020 (R$ 70 milhões): realizado em parceria com a Avibras, o Astros 2020 visa dotar o EB de sistemas de lançamento de foguetes de alta precisão;
Sistema Integrado de Fronteiras (Sisfron, R$ 200 milhões): conjunto de sistemas de satélites, radares, sensores, drones, câmeras e viaturas que patrulham e monitoram as fronteiras terrestres brasileiras;
Sistema de Aviação do Exército (R$ 538 milhões): programa que visa atualizar os meios aéreos do Exército com veículos, drones, simuladores e sensores.
Força Aérea Brasileira
Aquisição de cargueiros Embraer KC-390 (R$ 627,3 milhões): está prevista para 2025 a entrega de mais um modelo do KC-390, cargueiro desenvolvido pela Embraer capaz de transporte de pessoal e equipamento, abastecimento em voo e combate a incêndios. Seis unidades foram entregues em 2024;
Programa FX-2, de compra e desenvolvimento do caça Gripen (R$ 1,4 bilhão): espera-se a entrega de dois caças Gripen, da Saab, no próximo ano. O Programa FX-2 visa não só comprar as aeronaves europeias, mas também fabricá-los em território nacional através de uma parceria com a Embraer;
Projeto HX-BR (R$ 144 milhões): tem como finalidade capacitar o desenvolvimento de helicópteros e dotar as três forças de modelos desse tipo para usos multipropósito. Ao todo, 50 modelos serão desenvolvidos, com dois destinados à Presidência;
Projeto TH-X (R$ 131 milhões): responsável pela aquisição de 27 helicópteros leves para substituir modelos obsoletos da FAB e da MB. Destes, 7 devem ser entregues em 2025.
O restante do orçamento da Defesa será utilizado em gastos obrigatórios, que vão desde atividades de registro e fiscalização de produtos controlados, como armas de fogo e munições, até auxílios à navegação — que são responsabilidade da Marinha — e controle do espaço aéreo brasileiro, feito pela Força Aérea.
No entanto, historicamente as forças brasileiras veem na folha de pagamento o maior dispêndio. Cerca de 80% do orçamento do último ano foi gasto com pagamento de pessoal, entre militares da ativa e da reserva, e pensões.