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Caso Avibras: com futuro incerto, empresa de mísseis pode ser adquirida por outra brasileira

© flickr.com / Divulgação/Exército BrasileiroSistema de lançamento de foguetes Astros II da Avibras dispara em exibição do Programa Estratégico Astros 2020 do Exército Brasileiro (foto de arquivo)
Sistema de lançamento de foguetes Astros II da Avibras dispara em exibição do Programa Estratégico Astros 2020 do Exército Brasileiro (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 05.09.2024
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O imbróglio da Avibras ganhou novos capítulos quando rumores surgiram na mídia de que a companhia de defesa brasileira pode ser adquirida por outra empresa do Brasil, em vez de ser vendida para um conglomerado estrangeiro.
Dois anos após ter problemas financeiros e protocolar sua recuperação judicial, em 2022, em julho deste ano foi finalmente aprovado o plano de restabelecimento da Avibras e, com isso, se iniciaram as conversas de venda da companhia de João Brasil.
A princípio, considerou-se a venda para a australiana DefendTex. A companhia, de menor porte e que teria muito a ganhar com a compra, estuda comprar mais de 50% das participações na empresa brasileira.
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Outra cotada para adquirir a Avibras foi a chinesa Norinco, que queria adquirir 49% das ações. A venda, contudo, encontrou resistência em Brasília e sofreu críticas até mesmo por parte dos Estados Unidos, que alertaram que poderiam embargar a venda de componentes caso a Avibras fosse controlada pela estatal chinesa.
Fundada pelo pai de João Brasil, o engenheiro do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) João Verdi Carvalho Leite e seus colegas, a Avibras é uma importante companhia de defesa brasileira. É responsável pela criação do lançador de foguetes Astros, a joia da coroa da empresa e um dos melhores do mundo, capaz de alcançar alvos entre 10 km e 300 km com alta precisão e letalidade.
Seu desenvolvimento soberano é motivo de orgulho para as Forças Armadas, o Ministério da Defesa e toda a Base Industrial de Defesa (BID). O lançador é, inclusive, protagonista do Programa Estratégico Astros 2020 do Exército Brasileiro, que visa dotar a força terrestre de dezenas desses lançadores. Iniciado em 2012, espera-se que o processo de fabricação e aquisição se encerre em 2031.

Qual será o futuro da Avibras?

À Sputnik Brasil, fontes próximas afirmaram que a companhia ainda não tem futuro certo, mas boatos aventam a possibilidade da venda da empresa à Akaer, companhia de engenharia aeroespacial brasileira.

Em seu portfólio, a Akaer ostenta colaborações com grandes empresas, como a Boeing, Airbus, Embraer e até mesmo com a Saab na produção do Gripen brasileiro.

A venda seria facilitada por meio de um financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), um dos maiores credores da companhia. Em falas passadas, o presidente do banco de desenvolvimento, Aloizio Mercadante, já destacou a necessidade de recuperar a Avibras mantendo o controle nacional.

"Ela tem que continuar sob o controle nacional. É nessa direção que nós estamos trabalhando."

Em entrevista à reportagem, Ricardo Cabral, professor de história e fundador do canal História Militar em Debate, lamentou a inação do Ministério da Defesa e das Forças Armadas nesse caso.
"Eu não vejo preocupação do governo federal e das Forças Armadas com isso. Não estão vendo a questão do interesse nacional, da soberania nacional em dominar tecnologias sensíveis e o verdadeiro compromisso com um programa de aquisição de equipamentos, materiais e armamentos aqui do Brasil."
Para o especialista, a solução ideal para os problemas da empresa passa pelo Projeto de Lei nº 2957/2024, de autoria do deputado Guilherme Boulos (Psol-SP), que pede pela "desapropriação por utilidade pública" da Avibras.
Segundo Cabral, tenha caráter estatal ou de economia mista, é importante capacitar a Avibras com uma série de projetos: "uma carteira de pedidos a longo prazo que permita à empresa se sustentar."
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É o caso da Amazul, companhia pública vinculada à Marinha que foi criada para o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), que construirá inclusive o primeiro submarino nuclear do Brasil.
Guilherme Carvalho, pesquisador da Escola de Guerra Naval (EGN) e ex-militar da Marinha do Brasil, acredita que o governo brasileiro deve incentivar uma "renacionalização" da empresa ou a aquisição por algum grupo privado nacional com o apoio do BNDES.
"Não seria uma iniciativa nova. Já existem iniciativas de financiamento de projetos de defesa no Brasil", diz o pesquisador.

"Portanto, o suporte do BNDES, enquanto banco de financiamento, se apresenta como uma solução natural para o imbróglio envolvendo uma das maiores empresas do setor de defesa brasileiro."

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