Panorama internacional

Seria a energia geotérmica a solução para os apagões que assolam o Equador? Especialista responde

O governo equatoriano aposta na energia geotérmica – que utiliza o calor subterrâneo – para resolver a crise energética que provoca apagões massivos.
Sputnik
Em entrevista à Sputnik, o especialista Jorge Luis Hidalgo disse que o país tem "grande potencial geotérmico" graças aos seus vulcões, embora não seja possível tornar algo urgente, visto que precisa de vários fatores para se consolidar.
Ao tentar lidar com a crise energética que acumula apagões massivos em diversas partes do país, o Equador colocou sobre a mesa uma possível nova alternativa para se abastecer no longo prazo: a energia geotérmica, ou seja, energia que pode ser extraída do calor do interior da Terra.
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A ideia foi levantada pelo ministro de Energia e Minas do Equador, Antonio Goncalves, durante entrevista à rádio FM Mundo. Questionado sobre soluções energéticas de longo prazo para o país, o secretário de Estado defendeu a aposta na energia geotérmica, que descreveu como "a única energia renovável que é estável e não depende das alterações climáticas".
Com efeito, a energia geotérmica é obtida a partir do calor interno do planeta e, como afirma um artigo do Instituto Catalão de Energia, "pode ser considerada contínua e inesgotável à escala humana". Nesse sentido, Gonçalves relembrou que o primeiro projeto de energia geotérmica foi desenvolvido em 1904 na cidade italiana de Larderello e "ainda fornece energia".
"O Equador tem um grande potencial geotérmico porque é um dos países que deve ter mais vulcões ativos por quilômetro quadrado. Temos um potencial geotérmico abundante", confirmou, consultado pela Sputnik, o especialista equatoriano em questões energéticas Jorge Luis Hidalgo.
O especialista esclareceu que se trata de uma solução que "hoje o país não tem" e que poderá demorar "pelo menos dez anos" para que possa ser implementada porque "terão de ser elaborados regulamentos, mecanismos e estudos experimentais que devem ser realizados".
O próprio ministro Goncalves admitiu que não pode ser considerada uma solução imediata para a crise atual, dado que primeiro "é preciso experimentar, é preciso conseguir os túneis com a geologia correta para que seja permeável e possa ser utilizado a todo o momento".
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Os poços para esse tipo de projeto podem ter entre 3 mil e 6 mil metros de profundidade e exigem diversos estudos geológicos para determinar a quantidade de energia que pode ser extraída e como isso será feito.

Apagões

A situação se agravou durante o mês de setembro e, na quarta-feira (18), foram anunciados apagões com duração de até oito horas nas próximas semanas. O primeiro ocorrerá das 22h00 às 06h00 (no horário local), e estão previstos outros três no mesmo horário.
Diante da medida e da crise de segurança pública que vive o Equador, ainda foi anunciado um toque de recolher em várias províncias e vários municípios do país. O governo chegou a decretar neste ano situação de "conflito armado interno".
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