O presidente argentino, Javier Milei, após chegar ao poder, em dezembro de 2023, notificou os líderes dos países do BRICS em cartas oficiais sobre a recusa do país em aderir ao grupo.
"O mundo hoje é multipolar e praticamente não existe uma hegemonia dos EUA com as características do final dos anos 90, que durou mais ou menos até 2006, quando o fracasso da política norte-americana no Iraque e no Afeganistão se tornou óbvio", comentou Montes.
Segundo o analista, hoje o poder mundial está "distribuído" e o BRICS reflete essa diversidade e distribuição do poder mundial "melhor do que qualquer outro grupo".
Ao abandonar o BRICS e dar preferência às relações com os Estados Unidos, Israel e a UE, a Argentina só prejudica a si mesma, afirmou ele, "pois olha para apenas 12% do mundo, deixando de lado os quase 80% restantes, e, consequentemente, perde oportunidades", disse Montes.
Após a cúpula do BRICS de 2023, a Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e o Irã foram convidados a se juntar à África do Sul, Brasil, China, Índia e Rússia. Todos eles, menos a Argentina, passaram a integrar o grupo em 2024, depois que o governo pró-ocidental de Javier Milei substituiu em dezembro de 2023 o de Alberto Fernández (2019-2023).