De acordo com o Financial Times, Andrius Kubilius, disse que a UE deve se preparar para um ataque russo dentro de alguns anos. Kubilius comparou seu plano a acordos semelhantes para gás natural, segundo os quais os países devem manter reservas e compartilhá-las com vizinhos necessitados.
"Por que não temos algum tipo de critério chamado segurança militar para manter em estoque tal e tal quantidade de projéteis de artilharia e alguns outros produtos [...]? Digamos, pólvora [explosivos]? Você traz valor agregado à segurança dos Estados-membros, mas, além disso, você está criando demanda permanente para produção, que é o maior problema para a indústria de defesa. Eles não têm pedidos estáveis de longo prazo para produção", afirmou a autoridade europeia, citada pelo jornal.
Segundo a mídia, a Finlândia, vizinha da Rússia, é um dos poucos Estados-membros com grandes reservas de armamento, enquanto relatos da mídia na Alemanha em 2022 disseram que seu Exército ficaria sem munição após dois dias de combates.
Em março, a UE destinou € 500 milhões (R$ 3 bilhões) sob a Lei de Apoio à Produção de Munição (ASAP, na sigla em inglês) para aumentar a capacidade de produção para dois milhões de projéteis anualmente até o final de 2025.
Kubilius, um ex-primeiro-ministro lituano, disse que isso foi uma melhoria em relação ao limite anual de 300 mil em 2022, mas que é preciso mais: "Se eu estiver correto, ainda estamos atrás dos russos", afirmou.
A presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, disse que o bloco precisa gastar € 500 bilhões (R$ 3 trilhões) para compensar o déficit nos gastos com defesa desde o fim da Guerra Fria na década de 1990.
Von der Leyen deu a Kubilius 100 dias após assumir o cargo para produzir um white paper sobre estratégia de defesa. Ele deve incluir um escudo aéreo europeu, que custaria centenas de bilhões de euros, e um sistema de defesa cibernética, disse a presidente.
Kubilius quer que os Estados-membros da UE tomem dinheiro emprestado para isso em conjunto, uma ideia que, por enquanto, é contestada pelos contribuintes líquidos do orçamento, Alemanha e Países Baixos, diz o jornal.
Há também planos para indústria da UE incluir o Reino Unido, que deixou o bloco.
"Consideramos o Reino Unido como parte da Europa", ele disse. "Os europeus democráticos devem ser tão unidos quanto possível. Vejo o perigo de nossa fraqueza [...]. Mas os chineses [também] estão observando. Os chineses chegarão a uma conclusão simples: o Ocidente é bem fraco. Apesar do fato de o poder de gasto econômico ocidental combinado ser cinco vezes mais forte que o russo, não somos capazes de vencer. Qual é o motivo? É uma questão de vontade política", afirmou o futuro chefe militar do bloco.