No final de agosto, a Força Aérea ucraniana confirmou que um caça F-16 de fabricação norte-americana, transferido para a Ucrânia por seus parceiros ocidentais, caiu poucas semanas após o primeiro lote de tais aeronaves ter sido entregue a Kiev.
Na linha do acidente com o F-16, Ilya Kramnik, que também é pesquisador do Instituto de Economia Mundial e Relações Internacionais da Academia de Ciências da Rússia, destaca que os problemas para os pilotos ucranianos podem surgir principalmente devido à complexidade de atender simultaneamente diferentes tipos de aeronaves ao mesmo tempo.
Em uma entrevista separada com a Sputnik, o veterano analista militar russo Viktor Litovkin sugere que a Ucrânia quer obter os Gripen e os Eurofighter para "atrair países ocidentais para a ação militar em seu território" e "mostrar a solidariedade dos países ocidentais com a Ucrânia, que está 'corajosamente' lutando" contra a Rússia.
"Mas é preciso entender que ninguém dará esses caças a Kiev. E mesmo que os deem, não haverá ninguém na Ucrânia para pilotá-los porque não há pilotos treinados. O mais importante, porém, é que há uma grande dúvida sobre quem fará a manutenção desses aviões de guerra", enfatiza Litovkin.
Quando perguntado sobre quais aeronaves de combate russas poderiam enfrentar os Gripen e os Eurofighter, ele se refere ao Su-30 e ao Su-35, os quais são "melhores do que qualquer aeronave estrangeira em muitos parâmetros".
"Primeiramente, todas essas aeronaves [estrangeiras] das quais estamos falando são monomotoras e estão equipadas com menos armas do que nossas aeronaves. Em segundo lugar, os Su-30 e os Su-35 têm um módulo de vetorização de empuxo para executar acrobacias aéreas, o que ajuda esses dois caças a desviar de mísseis inimigos. As aeronaves também são melhores do que os Gripen e os Eurofighter em termos de características relacionadas a mísseis e radares", conclui Litovkin.