Segundo um comunicado interno da Marinha, a foto do caça foi enviada a um grupo de WhatsApp "sem o consentimento do diretor" e provocou a perda do "controle de replicação". A conduta teria, na avaliação dos superiores, contrariado as normas de contrainteligência da força. A acusação aconteceu em 19 de maio.
De acordo com o jornal O Globo, o militar Marcos Roberto Cavalcanti Sales, que compartilhou a foto, entrou com uma ação contra a União para anular o ato de punição administrativa da Marinha. Sales foi destituído do cargo de chefe do Departamento de Inteligência e transferido para outra unidade, além de ter seu conceito militar rebaixado de 10 para 7.
A mídia afirma que os advogados de Sales argumentam não ter existido direito ao contraditório e ampla defesa no procedimento interno que culminou na punição do militar. Eles também contestam a afirmação da Marinha de que o material seria sensível. Na decisão que determinou a punição, a força diz que o material não estava "resguardado por sigilo".
"As fotografias/vídeos da aeronave, de propriedade da Marinha dos EUA, objeto das punições, estava circulando nas redes sociais e nos grupos de WhatsApp, pois a própria Marinha americana divulgou de forma ostensiva a aeronave. Além disso, cabe indagar como o requerente poderia ter fotografado o avião se ele estava em Belém e a aeronave no interior do estado do Rio de Janeiro?", diz a defesa.
No dia 20 de maio, a Embaixada dos Estados Unidos publicou uma nota sobre a chegada do USS George Washington ao Rio de Janeiro como parte do exercício militar Southern Seas 2024 das Forças Navais do Comando Sul dos EUA. É a quinta vez que uma aeronave modelo F-35C sobrevoou o espaço aéreo brasileiro.
"O USS George Washington é a representação de uma das forças navais dos EUA, servindo como plataforma para a exibição de aeronaves avançadas, como os caças Boeing F/A-18F Super Hornet e Lockheed Martin F-35C Lightning II. A presença do F-35C é especialmente significativa, representando a primeira vez que um caça Stealth de 5ª geração voará o espaço aéreo brasileiro", dizia a nota.
Procurada pelo jornal, a Marinha afirmou, por meio de comunicado, que "não se manifesta sobre processos em curso no âmbito do Poder Judiciário".