Nas últimas semanas, no artigo publicado no Journal of Cosmology, foi apresentado o conceito de "cosmologia de rebote de matéria não singular", desenvolvido por uma equipe internacional de cientistas que propõe que o Universo "salta" entre uma era de Big Bang quente e denso, e o tipo de Universo que vemos hoje, muito mais frio.
Ou seja, para os especialistas, o Universo atual é uma reciclagem de um Universo anterior.
"Em particular, o aumento das perturbações da curvatura do superhorizonte, durante uma fase de contração da matéria em combinação com um curto período de transição da contração da matéria para o Universo em expansão HBB, pode levar ao aumento das perturbações da curvatura em pequenas escalas durante a fase HBB, colapsando para formar PBHs", eles observaram na pesquisa.
Tal fato significa que os buracos negros primordiais poderiam ser remanescentes visíveis que surgiram de perturbações durante o caos do Universo primitivo, ou seja, a matéria escura poderia ser composta por esses buracos negros.
Se esta hipótese for verdadeira, as ondas gravitacionais geradas durante o processo de formação do buraco negro poderiam ser detectáveis por futuros observatórios de ondas gravitacionais, o que forneceria uma forma de confirmar este cenário de geração de matéria escura. No entanto, atualmente não existem buracos negros suficientes para explicar este fenômeno, detalhou o jornal La Nación.
Até hoje, a teoria mais aceita é a do Big Bang, a qual diz que o Universo começou há aproximadamente 13,8 bilhões de anos, a partir de uma singularidade extremamente quente e densa que se expandiu rapidamente criando todo o espaço, o tempo, a matéria e a energia. Contudo, a teoria não explica o que aconteceu antes da explosão ou o que a causou.
Embora esta nova teoria tenha abalado a comunidade científica, escreve o jornal, o Big Bang continua a ser a melhor explicação para compreender como o Universo se formou. Quanto à nova teoria, os investigadores podem descobrir se a cosmologia do "salto" tem valor porque certos colapsos de buracos negros primordiais podem gerar ondas gravitacionais.