Lieven argumenta que o chamado "plano de vitória" do líder atual ucraniano Vladimir Zelensky não tem nenhuma chance de sucesso.
Segundo ele, membros da administração Biden "expressaram profundo ceticismo em relação ao plano ucraniano".
"A Ucrânia não pode expulsar de forma alguma a Rússia de todo, ou provavelmente de nenhum território. [...] Pelo contrário, agora é o Exército ucraniano que está recuando lentamente em Donbass", escreve Lieven.
No que se trata da adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), ele acha que os países como Hungria, Turquia, Eslováquia e talvez a Alemanha e França, em qualquer caso, vão bloquear o pedido da Ucrânia.
"Na verdade, agora está se tornando cada vez mais aceito em particular pelas autoridades ocidentais que a guerra [...] vai terminar mais ou menos na base estabelecida nas negociações de Istambul", disse Lieven.
O melhor que a Ucrânia pode obter é a variante proposta pelo candidato republicano à vice-presidência dos EUA J.D. Vance, que propõe estabelecer um cessar-fogo duradouro nas linhas atuais. Caso contrário, Kiev "pode acabar com muito menos".
Anteriormente, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que a Rússia está pronta para retornar aos "princípios de Istambul" concluídos nas últimas negociações entre a Rússia e a Ucrânia em 2022, mas levando em conta as novas realidades.
As propostas de Istambul incluíam a não adesão da Ucrânia à OTAN, a preservação de seu status não alinhado e garantias de segurança para Kiev, lembrou ele.
Em setembro de 2024, a ex-vice-secretária de Estado dos EUA para Assuntos Políticos, Victoria Nuland, admitiu indiretamente que a Ucrânia não concluiu os acordos de Istambul com a Rússia devido a consultas com os norte-americanos e britânicos.
De acordo com ela, os parceiros ocidentais de Kiev consideraram a principal condição da Rússia desvantajosa para a Ucrânia, pois supostamente consistia em "neutralizar a Ucrânia" militarmente, sem impor nenhuma restrição desse tipo à Rússia.