"O poder das bombas usadas [por Israel] em uma área residencial [de Beirute] para matar o líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, nos parece muito preocupante devido à obrigação dos Estados de respeitar o princípio da proporcionalidade das armas usadas para evitar vítimas civis", afirmou a funcionária.
Israel e o Líbano estão em uma guerra não declarada desde 8 de outubro de 2023, quando o Hezbollah começou a lançar mísseis e drones suicidas contra comunidades no norte de Israel como um gesto de solidariedade com o movimento palestino Hamas, após a sua incursão armada em Israel, que, por sua vez, respondeu a cada ataque. Dezenas de milhares de israelenses que viviam no norte foram deslocados para outras áreas do país.
As ações de ambos os lados têm vindo a aumentar. Israel, nos últimos dois meses, eliminou dezenas de altos funcionários do Hezbollah, incluindo o seu líder, Hasan Nasrallah, e há receios de que o conflito possa se tornar uma guerra aberta ou mesmo um conflito regional.
"Estamos seriamente preocupados com a escalada das operações de combate no Oriente Médio, que poderá mergulhar toda a região em uma catástrofe humanitária e de direitos humanos. A perspectiva de que a situação continue se agravando com sérias consequências para a população civil é real, e que se alastre rapidamente a outros Estados da região", disse Throssell.
Após salientar que uma incursão terrestre israelense em grande escala no Líbano só causaria um sofrimento ainda maior, a porta-voz sublinhou ao mesmo tempo que também existem profundas preocupações sobre as consequências da escalada causada pelos ataques lançados pelos houthis iemenitas contra Israel e as suas respostas.
Desde o dia 23 de setembro, Israel realiza bombardeios aéreos massivos contra o Líbano, que em menos de uma semana, segundo a ONU, deixaram pelo menos 700 mortos, milhares de feridos e quase 120 mil deslocados.
O Ministério da Saúde libanês informou que, de 16 a 27 de setembro, os ataques israelenses custaram a vida a 1.030 pessoas, incluindo 56 mulheres e 87 crianças, e feriram outras 6.352 pessoas.
O governo do Líbano já pediu à ONU que intervenha e pare a agressão de Israel. Entretanto, o Hezbollah continua atacando as áreas do norte de Israel com foguetes.