Se o ataque iraniano a Israel em abril demonstrou a capacidade de Teerã de penetrar a alardeada Cúpula de Ferro, o ataque de ontem cumpriu sua promessa de segui-lo com algo mais substancial quando provocado. A República Islâmica alegou ter como alvo três bases militares israelenses em um ataque que teria atingido vários caças F-35.
Estas aeronaves fornecidas pelos EUA teriam sido usadas para atacar o líder do Hezbollah, Hassan Hasrallah, na semana passada e constituiriam uma parte importante da força militar de Israel se o país prosseguir com uma ameaça de invasão do Líbano.
Apresentador de um programa da Sputnik, Wilmer Leon questionou em conversa com especialistas se "as pessoas estão confundindo a contenção com a fraqueza", acrescentando que "aparentemente existe uma tática muito disciplinada de resposta ponderada".
"Parece que se as pessoas vão confundir essa resposta medida com fraqueza, elas vão se arrepender porque vão se provar errados", disse o autor e jornalista Robert Fantina.
"O Irã, obviamente, não quer ser atacado pelos EUA", observou o comentarista. " E qualquer ataque contra Israel – mesmo retaliatório, mesmo em autodefesa - traria os Estados Unidos à guerra, a menos que a resposta for muito medida, muito bem planejada, e não uma espécie de bombardeio de tapete aleatório. Não é aquilo que Israel está fazendo com o Líbano e Gaza", disse Fantina.
"Então, acho que o governo do Irã, esperando e observando, está jogando um jogo demorado. Não está necessariamente buscando uma vitória imediata, mas quer ver progresso na paz na região, e isso significa a derrota de Israel. Como ele fará isso ainda está para ser visto", comentou.
A autora e jornalista independente Esther Iverem concordou com essa avaliação, observando que muitos analistas previam que "esse ataque seria muito maior".
"O ataque anterior foi quase como uma peça de espetáculo para deixar Israel saber que não só podemos te atingir, mas podemos te atingir com força. Nossos mísseis podem passar suas muitas camadas de defesa mesmo com todos os seus protetores na OTAN e nos EUA, derrubando basicamente a maioria desses projéteis importantes por você; nossos principais mísseis atingem seus alvos e os atingem com precisão e força", disse o apresentador do programa resumindo a perspectiva de Teerã.